São Paulo – A economia norte-americana crescerá 6,0% este ano, uma revisão em baixa de um ponto percentual (pp) com relação ao relatório de julho do Fundo Monetário Internacional (FMI) devido a grandes reduções de estoque no segundo trimestre, em parte refletindo interrupções no fornecimento e suavizando o consumo no terceiro trimestre.
Para 2022, no entanto, a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos subiu de 4,9% para 5,2%. Em 2020, a economia norte-americana encolheu 3,4%.
“Nos Estados Unidos, a previsão de base é de uma recuperação forte e sustentada, com expectativa de que a produção exceda o potencial ao longo de grande parte do horizonte de previsão”, diz o FMI.
“A produção deve acabar acima de sua tendência pré-pandêmica em reflexo dos impactos dos novos investimentos estruturais planejados pelo governo, melhorando a infraestrutura dilapidada e acelerando um projeto verde transição de energia”, acrescenta.
Diante deste cenário, o Fundo espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano sinalize com uma redução das compras de ativos de US$ 120 bilhões mensais e comece a implementar o chamado tapering no final deste ano para se preparar para um aumento da taxa de juros, hoje perto de zero, no final de 2022.
“O corpo técnico do FMI espera que o comitê de política monetária do Fed continue a ajustar a taxa de juros de acordo com a perspectiva macroeconômica mais ampla”, diz o FMI.
INFLAÇÃO
O FMI cita algumas medidas baseadas em pesquisas domiciliares nos Estados Unidos que registraram um aumento recente nas expectativas de inflação – possivelmente relacionado à elevação dos preços dos combustíveis.
“Além disso, as medidas implícitas no mercado também apontam para a pressão da inflação ao longo de um horizonte de dois a três anos, consistente com a estrutura de política de metas de inflação média do Federal Reserve. No entanto, as expectativas de inflação de médio prazo implícitas no mercado permaneceram até agora bem comportadas, oscilando em torno dos níveis vistos imediatamente antes da chegada da pandemia no início de 2020”, diz o FMI.
Em agosto, o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) subiu 4,3% em base anual, após uma alta de 4,2% em julho – acima da meta de 2% do banco central norte-americano. O PCE é o indicador usado pelo Fed como referência para medir a inflação.