FOCUS: Previsão de inflação 2023 cai a 4,46%; cai a 3,91% em 2024; Selic deve acabar o ano em 11,75% e chegar a 9,0% em 2024

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São Paulo – As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus reduziram de 4,49% para 4,46% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. A meta para a inflação no período é de 3,25%.

A previsão de inflação nos preços administrados – que são controlados por contrato ou pelo poder público – diminuiu de 9,22% para 9,17%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu de -3,46% para -3,36%.

Para 2023, as instituições financeiras reduziram de 3,93% para 3,91% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3,00%.

A previsão de inflação nos preços administrados em 2024 diminuiu de 4,36% para 4,34%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo IGP-M caiu de 4,09% para 4,07%.

As entidades mantiveram também a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,92% para 2,92% em 2023. A projeção para 2024 aumentou de 1,51% para 1,52%.

O BC estima que a economia brasileira crescerá 2,8% em 2023, segundo a edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicada em setembro.

As instituições mantiveram, ainda, em 11,75% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2023. Atualmente, ela está em 12,25%, o que significa que o mercado espera um corte de -0,50 ponto porcentual (pp) até o final do ano.

Para 2024, a estimativa para a taxa Selic caiu de 9,25% para 9,00%. Há quatro semanas, a estimativa para a Selic ao fim de 2024 estava em 9,25%.

A projeção para a taxa de câmbio em 2023 aumentou de R$ 4,90 para R$ 4,93 por dólar, enquanto a estimativa para 2024 manteve-se em R$ 5,00 por dólar. Há quatro semanas atrás, a previsão para 2023 era de R$ 5,00, enquanto a previsão para 2024 estava em R$ 5,05

BALANÇA COMERCIAL

As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus elevaram a previsão de superávit comercial em 2023 para US$ 81,40 bilhões, de US$ 79,80 bilhões na semana passada. A balança comercial mede o resultado das vendas de bens ao exterior (exportações), menos as compras de bens do exterior (importações).
A previsão para o saldo em conta corrente – que reúne os resultados das transferências e das balanças comercial, de serviços e de renda – foi de déficit de US$ 32,00 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 34,60 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2023 diminuiu para US$ 60,00 bilhões, comparada à projeção de US$ 60,31 bilhões da semana passada.

Para 2024, as instituições elevaram a previsão de superávit comercial para US$ 81,40 bilhões, de US$ 79,80 bilhões na semana passada.
A previsão para o saldo em conta corrente foi de déficit de US$ 40,10 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 41,40 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2024 diminuiu para US$ 65,00 bilhões, comparada à projeção de US$ 70,00 bilhões da semana passada.

As instituições elevaram a previsão de déficit primário em 2023 para 1,40% do Produto Interno Bruto (PIB), de 1,30% na semana passada. O resultado primário equivale à diferença entre a receita e a despesa pública, sem considerar os gastos referentes à dívida do governo – como as despesas com o pagamento de juros.

A previsão para o resultado nominal – a diferença entre as receitas e as despesas do governo, inclusive aquelas relacionadas à dívida pública – foi de déficit de 8,30% do PIB, superior ao saldo negativo de 7,90% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2023 aumentou para 61,20% do PIB, comparada à projeção de 61,00% do PIB da semana passada.

Para 2024, as instituições mantiveram a previsão de déficit primário em 0,80% do PIB, mesmo valor observado na semana passada.

A previsão para o resultado nominal foi de déficit de 6,80% do PIB, igual ao saldo negativo de 6,80% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida em 2024 aumentou para 64,50% do PIB, comparada à projeção de 64,20% do PIB da semana passada.