São Paulo – As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus elevaram de 4,92% para 4,93% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. A meta para a inflação no período é de 3,25%.
A previsão de inflação nos preços administrados – que são controlados por contrato ou pelo poder público – aumentou de 10,02% para 10,10%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu de -3,56% para -3,54%.
Para 2024, as instituições financeiras elevaram de 3,88% para 3,89% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3,00%.
A previsão de inflação nos preços administrados em 2024 ficou estável em 4,28%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo IGP-M manteve-se em 4,00%.
As entidades elevaram, ainda, de 2,56% para 2,64% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A projeção para 2024 aumentou de 1,32% para 1,47%.
O BC estima que a economia brasileira crescerá 2% em 2023, segundo a edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicada em junho.
Foi mantida em 11,75% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2023. Atualmente, ela está em 13,25%, o que significa que o mercado espera um corte de -1,50 ponto porcentual (pp) até o final do ano.
Para 2024, a estimativa para a taxa Selic manteve-se em 9,00%.
Já a projeção para a taxa de câmbio em 2023 aumentou de R$ 4,98 para R$ 5,00 por dólar, enquanto a estimativa para 2024 subiu de R$ 5,00 para R$ 5,02 por dólar. Há quatro semanas atrás, a previsão para 2023 era de R$ 4,93, enquanto a previsão para 2024 estava em R$ 5,00
SUPERÁVIT COMERCIAL
As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus reduziram a previsão de superávit comercial em 2023 para US$ 70,10 bilhões, de US$ 72,35 bilhões na semana passada. A balança comercial mede o resultado das vendas de bens ao exterior (exportações), menos as compras de bens do exterior (importações).
A previsão para o saldo em conta corrente – que reúne os resultados das transferências e das balanças comercial, de serviços e de renda – foi de déficit de US$ 42,80 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 43,00 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2023 ficou estável em US$ 80,00 bilhões.
Para 2024, as instituições mantiveram a previsão de superávit comercial em US$ 70,10 bilhões, de US$ 72,35 bilhões na semana passada.
A previsão para o saldo em conta corrente foi de déficit de US$ 50,00 bilhões, inferior ao saldo negativo de US$ 50,20 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2024 ficou estável em US$ 80,00 bilhões.
DÉFICIT PRIMÁRIO
As instituições mantiveram, também, a previsão de déficit primário em 2023 em 1,00% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo valor observado na semana passada. O resultado primário equivale à diferença entre a receita e a despesa pública, sem considerar os gastos referentes à dívida do governo – como as despesas com o pagamento de juros.
A previsão para o resultado nominal – a diferença entre as receitas e as despesas do governo, inclusive aquelas relacionadas à dívida pública – foi de déficit de 7,40% do PIB, inferior ao saldo negativo de 7,45% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2023 diminuiu para 60,40% do PIB, comparada à projeção de 60,45% do PIB da semana passada.
Para 2024, as instituições mantiveram a previsão de déficit primário em 0,71% do PIB, mesmo valor observado na semana passada.
A previsão para o resultado nominal foi de neutralidade – nem superávit nem déficit -, inferior ao saldo negativo de 6,80% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida em 2024 diminuiu para 63,90% do PIB, comparada à projeção de 63,95% do PIB da semana passada.