São Paulo – Na próxima terça-feira (3/10), a partir das 0h, os funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciaram uma greve de 24h em protesto contra a proposta do governo de São Paulo de privatizar os serviços públicos do transporte sobre trilhos e do saneamento básico e fornecimento de água no estado. As entidades ameaçam dar continuidade se os editais não forem retirados. Haverá também uma assembleia na mesma data, às 18h30, para avaliar a continuidade do movimento.
“E se não retirar os editais dos pregões que visam terceirizar serviços realizados por metroviários, debateremos na assembleia do dia 3/10 a forma de darmos continuidade na nossa luta contra a destruição do Metrô público”, diz a nota divulgada pelo Sindicato dos Metroviários.
O sindicato dos Metroviários também orienta toda a categoria para não assumir o Plano de Contingência, pois considera que ele “visa impedir a greve e por sua vez enfiar “goela a baixo” a privatização, que piora o serviço público à população e gera desemprego.”
Plebiscito
A greve unificada entre os sindicatos e categorias não será a “última cartada” contra a privatização, segundo as entidades, que anunciaram também um plebiscito. “O dia 3/10 unifica a luta contra o leilão da Linha 7 da CPTM, a tramitação da privatização da Sabesp na Alesp (assembleia legislativa de SP) e as terceirizações no Metrô.”
Desde o início de setembro até 5 de novembro, os sindicatos estão pedindo para que a população se manifeste a favor ou contra as privatizações, com urnas e cédulas em pontos de grande circulação de pessoas em todo o estado, segundo a Central Única dos Trabalhadores. “Desse modo, a pauta da greve do dia 3 vai exigir de Tarcísio (de Freitas, governador de SP) que pare o processo de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirizações do Metrô. Além disso, os trabalhadores querem que o governador consulte a população através de um plebiscito oficial.”
Os sindicatos argumentam que as privatizações vão piorar a qualidade dos serviços. Eles usam como exemplo o grande aumento das falhas nas linhas 8-diamante e 9-esmeralda. Após as falhas, a ViaMobilidade (do Grupo CCR), passou a ser investigadas pelo Ministério Público estadual, que pede o fim do contrato com a concessionária.