São Paulo – O BTG Pactual espera que os movimentos de fusões e aquisições no varejo se mantenha, especialmente no comércio eletrônico e de vestuário, com grandes companhias como Renner e empresas de e-commerce ganhando ainda mais musculatura.
A estimativa do banco é que o comércio eletrônico brasileiro continuará crescendo em um ritmo exponencial em 2021, mesmo depois de forte expansão no ano passado, seguido por uma tendência de consolidação e aumento da concentração entre as três maiores empresas, para 70% do mercado online até 2025, dos atuais 60%.
Em relatório, os analistas afirmam que a participação dessas empresas no segmento era de 46% em 2016, e que as que já têm uma presença digital forte podem solidificar sua liderança comprando concorrentes menores ou adquirir partes de sua cadeia de suprimentos, incluindo novos recursos, como financiamento ao consumidor e provedores de conteúdo.
Em vestuário, o banco aponta a Lojas Renner como uma das principais apostas para realizar transações, devido a capitalização de R$ 4 bilhões e o grande número de lojas de vestuário fechadas, citando que 75 mil lojas foram fechadas no Brasil em 2020, com participantes menores respondendo por 99% dos fechamentos e o setor de vestuário respondendo por 30% do total, com 22 mil lojas fechadas, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Os varejistas de vestuário e calçados lideraram movimentos de M&A nos últimos trimestres, com Arezzo, Grupo Soma e Centauro como os principais destaques, enquanto a Lojas Renner está bem capitalizada para crescer inorganicamente – esperamos que essa tendência persista”, comentaram.
A análise também aponta que não espera grandes movimentos no setor de hipermercados, pois já costuma ser menos ativo em aquisições e que, em março, teve uma grande operação do Carrefour comprando o Grupo Big (ex-Walmart), por R$ 7,5 bilhões, após comprar 30 lojas Makro, por R$ 1,9 bilhão, em fevereiro de 2020.