São Paulo – Os líderes do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) pediram à China que respeite os direitos humanos em Xinjiang e Hong Kong, e anunciaram a doação global de um bilhão de doses de vacinas contra covid-19, segundo comunicado divulgado após três dias de reunião em Cornualha, no Reino Unido.
“Vamos promover nossos valores, inclusive apelando para que a China respeite os direitos humanos e liberdades, especialmente em relação a Xinjiang e esses direitos, liberdades e alto grau de autonomia para Hong Kong consagrada na Declaração Conjunta Sino-Britânica e na Lei Básica”, diz o comunicado.
O G-7 destacou a “importância da paz e estabilidade em todo o Estreito de Taiwan, e encoraja a resolução pacífica dos problemas através do Estreito”. Segundo o comunicado, “continuamos seriamente preocupados com a situação nos mares do Leste e do Sul da China e nos opomos veementemente a qualquer tentativa de mudar o status quo e aumentar as tensões”.
Os líderes também mostraram preocupação com a forma como a China atua no mercado global, e prometeram defender o sistema internacional baseado em regras e o direito internacional, bem como multilateralismo.
“No que diz respeito à China e à concorrência na economia global, continuaremos a consultar em abordagens coletivas para desafiar políticas e práticas não mercantis que prejudicam a operação justa e transparente da economia global”.
O G-7 reiterou também seu interesse em relações “estáveis e previsíveis” com a Rússia. “Reafirmamos nosso apelo à Rússia para que pare seu comportamento desestabilizador e atividades malignas, incluindo sua interferência em outros países e sistemas democráticos e para cumprir suas obrigações e compromissos internacionais em matéria de direitos humanos”.
PANDEMIA
Com relação à pandemia, o grupo anunciou o fornecimento de um bilhão de doses de vacinas contar covid-19 no próximo, como parte de um esforço internacional intensificado para vacinar o mundo, e disse que compromissos assumidos desde o início da pandemia preveem mais de dois bilhões de doses.
O grupo anunciou que aumentará e coordenará capacidade de fabricação de vacinas em todos os continentes e melhorará os sistemas de alerta precoce. Os líderes do G-7 também pediram uma investigação transparente sobre as origens da covid-19.
Além disso, os líderes anunciaram um plano para financiar projetos de infraestrutura em países de média e baixa renda, com apoio a iniciativas de crescimento limpo e verde, e reafirmaram o compromisso para eliminar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis até 2025.
Também afirmaram que vão continuar a discussão para chegar a um consenso sobre o imposto mínimo de pelo menos 15%, e esperam chegar a um acordo na reunião de julho do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes). “Nossa colaboração criará um campo de jogo mais forte e ajudará a aumentar a receita tributária para apoiar o investimento e vai acabar com a evasão fiscal”.
Por fim, os líderes do G-7 afirmaram que “em Cornualha, revitalizamos nossa parceria”.