Genial vê aumento dos planos de saúde se PL que amplia cobertura for sancionado por Bolsonaro

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São Paulo – A Genial investimentos indica que deve haver aumento generalizado no preço de planos de saúde, levando à diminuição da base de beneficiários de saúde suplementar no Brasil. Isso porque ontem o Senado Federal aprovou projeto de lei que define que as operadoras de saúde são obrigadas a cobrir procedimentos fora do Rol, desde que haja comprovação da eficácia do tratamento ou haja recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e, por isso, a Genial acredita que, caso a proposta seja sancionada pelo Presidente da República e vire Lei, as companhias devem repassar o preço para o consumidor final.

Ainda segundo a Genial, outro impacto possível se dá sobre a consolidação do mercado de operadoras. No geral, avaliamos esse projeto como extremamente negativo para as operadoras privadas e entendemos que, se sancionado, deve aumentar a demanda e impor mais pressão sobre o SUS, que já terá dificuldades de pagar as contas com o novo piso de enfermagem que passa a ser pago em setembro, dizem os analistas.

O BTG Pactual lembrou que o projeto de lei aprovado ontem pelo Senado foi proposto após vários protestos de beneficiários com a possibilidade de perder o direito aos tratamentos em curso – a lista obrigatória exclui alguns tipos de quimioterapia e radioterapia oral, medicamentos recentemente aprovados pela Anvisa e cirurgias envolvendo técnicas robóticas.

A Imprensa brasileira já informou que associações patronais de saúde já avaliam ir à justiça caso o projeto seja sancionado, para questionar a nova legislação, assim como aconteceu com a nova lei de estabelecimento de salários mínimos para trabalhadores de enfermagem.

“A nosso ver, a nova legislação não está longe do que foi praticado no setor nos últimos anos (ou seja, antes da decisão da Suprema Corte), então não deveria mudar tanto o status quo.”, dizem os analistas do BTG, que acreditam, no entanto, que pode aumentar o nível de processos judiciais contra alguns planos de saúde no futuro.

“Após um período de transição no segundo trimestre, acreditamos que o impulso dos ganhos deve melhorar gradualmente no setor, principalmente graças a melhorar avg. passagens (principalmente para planos de HC e operadoras hospitalares).”

O BTG mantem a preferencia do setor em Rede D’Or, Sulamérica (maneira mais barata de comprar RDOR), e Hapivida(HAPV), “pois parecem bem posicionados para acompanhar a tendência de crescimento e consolidação do mercado no setor de saúde”, diz o banco.

Por volta das 13h30, RDOR3 registrava alta de 1,11%, a R$33,43, SULA subia 0,41%, a R$ 24,48 e a HAPV, queda de 2,21% a R$ 7,50.