Georgieva alerta para disparidade econômica que crise pode provocar

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São Paulo – A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que sua maior preocupação é que a pandemia do novo coronavírus amplie as disparidades econômicas entre os países avançados e os países em desenvolvimento.

“A divergência é mais profunda no mundo em desenvolvimento, onde metade dos países que normalmente costumavam acelerar os níveis de rendimentos para os níveis dos seus pares mais ricos estão agora ficando para trás. Mas é um risco também para a União Europeia”, disse ela  em discurso no âmbito da Semana Parlamentar Europeia.

Apesar de o FMI prever uma recuperação econômica global de 5,5% e de 4,2% para a União Europeia, Georgieva reafirmou que o caminho para a recuperação é altamente incerto e desequilibrado.

“É incerto por causa da atual corrida entre o vírus e as vacinas. Desequilibrado por causa da diferença das posições de partida, estruturas econômicas e capacidade de responder – causando um crescimento de desigualdades tanto entre como dentro dos países”, afirmou.

Como exemplo desse quadro, Georgieva citou os tradicionais destinos turísticos na Europa, que experimentaram contrações muito mais agudas: mais de 9,0% na Espanha, Grécia e Itália  comparada a uma contração média de 6,4% na UE.

“Até derrotarmos a pandemia, arriscamos novas mutações que ameaçam o nosso progresso”, disse ela, acrescentando que “aumentar a produção e a distribuição de vacinas é crítico”.

Sobre a crise econômica, Georgieva afirmou que o apoio a famílias e empresas deve continuar “até à pandemia estar derrotada”.

“Uma retirada gradual deve seguir-se, e não preceder, uma saída duradoura da crise de saúde”, disse ela, acrescentando que uma retirada antes do tempo “poderia exacerbar a divergência entre países”.

Assim como outas autoridades presentes no evento, a chefe do FMI defendeu o impulso à economia verde no processo de recuperação da pandemia.

“Aproveitar a resposta à crise para estimular mudanças estruturais para a digitalização e para uma economia mais verde é crucial”, disse ela. “Um impulso de investimento em infraestrutura verde coordenado é uma obrigação”, completou.