Geração de caixa operacional surpreende e ações da Magazine Luiza disparam

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São Paulo, SP – A Magazine Luiza divulgou ontem (11) o balanço do segundo trimestre de 2022, com prejuízo líquido ajustado de R$ 112,1 milhões, ante lucro de R$ 89,1 milhões no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da empresa caiu 5% na mesma comparação, somando R$ 8,56 bilhões. Às 15h, as ações da companhia estavam no Top 3 do Ibovespa, com alta de 14,47%, a 3,50%.

Para Jader Lazarini, analista CNPI do TradeMap, o resultado ruim já era esperado diante da disparada da taxa de juros e consumo desacelerado da população, com a despesas financeiras crescendo 163% em um ano, para R$ 583,4 milhões, impactadas pelo aumento dos juros, além disso houve um aumento na concorrência e menor demanda por parte dos clientes.

“Neste contexto turbulento, o ganho de margens é um alento às operações para os próximos trimestres. A empresa de certa forma conseguiu repassar a inflação no período, parcelou mais com juros, protegendo o valor dos recebimentos ao longo do tempo, e teve menores despesas operacionais”, detalhou a análise.

O analista comentou também que a visão positiva do mercado gira em torno da geração de caixa da empresa. A varejista, que já havia indicado uma boa gestão do regime de caixa com o avanço anual do Ebitda, surpreendeu com o desempenho operacional neste sentido.

“O Magalu apresentou forte geração de caixa operacional, de R$ 1,3 bilhão, entre abril e junho deste ano. Tirando as despesas de capital (também chamado de Capex), a geração foi de aproximadamente R$ 1 bilhão, revertendo a perda de R$ 3,6 bilhões no trimestre imediatamente anterior,” concluiu o analista.

A XP Investimentos também destacou a geração de caixa positiva (enquanto seus pares comparáveis registraram queima de caixa) impulsionada pela redução de estoques e recebíveis.

“Olhando para frente, a empresa parece otimista com a dinâmica do segundo semestre com a Copa do Mundo, Black Friday e 5G, enquanto o lançamento das operações de fulfillment e entrega de produtos mais pesados por meio do 3P (estoque de terceiros) deverá também contribuir para o crescimento do GMV. Mantemos nossa recomendação neutra, dado que continuamos vendo um cenário macroeconômico desafiador e ambiente competitivo acirrado”, explicou a XP.

O BTG Pactual lembrou que o SSS caiu 8,2%, comparado ao segundo trimestre de 2021, enquanto ecommerce GMV cresceu 1,9%. A Adição de GMV online foi de R$ 190 milhões. O GMV total chegou a R$ 13,9 bilhões, 6% abaixo da nossa estimativa. A empresa encerrou o trimestre com 200 mil vendedores, contra 180 mil apurado no primeiro trimestre de 2022 e com 36% de sua GMV online proveniente da operação 3P.

“Os resultados foram neutros, com números operacionais mais fracos, mas grande melhora no FCF geração, e ainda esperamos que o estoque seja volátil nos próximos meses, apesar de uma grande liquidação (-58% no acumulado do ano). A maior participação do comércio eletrônico nas vendas foi compensada por maiores vendas de serviços, 26% a mais na comparação ao segundo trimestre de 2021, e aumentos de preços, levando a margem bruta a subir 300bps”, comentou o BTG, que recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 7.