São Paulo – Em sua última Carta Mensal, a GreenBay Investimento – que está em processo de incorporação pela BlueLine – informa que ao longo do mês de outubro – passadas as eleições – mantém posições táticas, buscando operar mais os eventos econômicos do que propriamente uma tendência, mas com um viés ligeiramente negativo.
“Na nossa visão, a inclinação de taxa de juros deveria aumentar nos próximos meses, por conta da possibilidade de corte de juros ao longo de 2023 e um fiscal mais pressionado, que pode manter os prêmios elevados nos prazos mais longos”, diz a carta. “Por outro lado, este posicionamento poderia sofrer com medidas mais ortodoxas do novo governo ou anúncio de nomes mais alinhados com políticas econômicas menos intervencionistas.”
A Greenbay zerou sua carteira de ações, mantendo em seu livro estrutural “apenas a estratégia “venda-venda”, que consiste em vender dólar contra o Real casada com a venda do índice Ibovespa.” A gestora explica que essa posição visa capturar uma possível correção nos preços dos ativos domésticos em um cenário de desaceleração econômica, tanto local quanto internacional, e se beneficia de uma boa taxa de carregamento, por conta do atual nível de taxas de juros, que deverá permanecer elevado por mais algum tempo.
CONTEXTO
A carta da Greenbay destaca que, neste último final de semana os brasileiros foram às urnas para escolher o Presidente da República. Na eleição mais acirrada da história, venceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcando um outro fato histórico: pela primeira vez, temos um presidente eleito democraticamente para um terceiro mandato. O novo presidente terá grandes desafios em 2023.
“Primeiro, e mais importante, observamos uma composição bastante conservadora no Congresso Nacional e na maioria dos Estados do país. Assim, a oposição tende a ser mais dura e pode ser mais difícil conseguir aprovar pautas mais complexas e que envolvam alteração da Constituição. Embora a habilidade política seja uma forte característica de Lula, aparentemente os processos de votação deverão ser mais lentos e tumultuados”, diz a carta.