Gol prevê aprovação de fusão com Smiles, apesar de dúvidas de minoritários

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São Paulo – A Gol acredita que a sua proposta de incorporação da Smiles será aprovada na assembleia geral extraordinária de acionistas marcadas para o dia 15 de março, apesar da demora na condução do processo e de questionamentos de alguns acionistas minoritários da Smiles, que têm visto os termos como mais vantajosos para a companhia aérea.

“Achamos que vamos ter sucesso com a proposta de fusão e termos oferecidos. Uma vez que essa fusão seja concluída com sucesso esperamos que os acionistas da Smiles se tornem acionistas significativos da Gol e acreditamos que as companhias juntas estarão melhores posicionadas”, disse o diretor vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores da Gol, Richard Freeman Lark Jr, em teleconferência com analistas.

Para convencer os acionistas, especialmente os minoritários, o diretor alega que a governança corporativa da Gol, que está no Nível 2 da B3, é superior a da Smiles, que está no segmento Novo Mercado, com mais conselheiros independentes, por exemplo. Além disso, reiterou que o múltiplo oferecido é compatível com outras operações semelhantes no mercado e que o momento é delicado para a Smiles.

Segundo o executivo, o aumento da competição entre os programas de fidelidade, principalmente de cartões de crédito, junto com os impactos econômicos trazidos pela pandemia de coronavírus, prejudicaram a rentabilidade da Smiles.

Caso a proposta não seja aprovada, Lark disse que uma alternativa será discutida posteriormente, com a possibilidade de uma nova proposta entre 6 e 12 meses, e não confirmou se há chances de judicialização da questão.

“Como fazer seria discutido posteriormente, o importante é que todos entendam a situação porque temos recebido várias perguntas, alguns não estão entendendo como faremos a gestão das duas companhias, e temos que respeitar a governança. Naturamente, será um processo longo”, afirmou.

O executivo também reiterou a posição de que a fusão é a melhor alternativa diante de uma questão de um acionista minoritário durante a teleconferência, que disse se sentir desconfortável com comentários sobre a governança da Smiles e questionou se os termos realmente eram justos, já que a Smiles seria o lado mais fraco do acordo.