Gol prevê receita líquida total de R$ 13,7 bilhões em 2022, alta anual de 84,4%

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São Paulo – A Gol Linhas Aéreas apresentou uma revisão de suas projeções para o ano de 2022 em reunião com analistas e investidores nesta sexta-feira. A receita líquida total deve chegar a R$ 13,7 bilhões, ante R$ 14 bilhões previstos em dezembro do ano passado, enquanto as receitas auxiliares líquidas devem somar R$ 800 milhões. A previsão de margens ebitda e ebit para o ano é de 24% e 10%, de 25% e 11% anterior.

Para termos de comparação, no acumulado de 2021, a receita líquida da empresa totalizou R$ 7,43 bilhões, alta de 16,7% em relação ao ano inteiro de 2020.

A estimativa de frota total (média) da companhia para 2022 passou de 130 a 140 aeronaves, de 135-140 antes, a frota operacional total caiu para 100 a 105 unidades, de 105 a 110 em dezembro.

Em termos de assentos-quilômetro oferecidos (ASK, na sigla em inglês), assentos e partidas, a variação anual prevista para cada um é de 65% a 75%, de 70-80% para o primeiro indicador e de 80-90% para os demais previstos em dezembro.

A projeção para a taxa de ocupação média em 2022 foi mantida em aproximadamente 82%, assim como a projeção de investimentos (capex), de R$ 700 milhões e de R$ 1,1 bilhão em compra de aeronaves MAX Aircraft, totalizando uma despesa financeira líquida de R$ 1,8 bilhão.

A dívida de aeronaves da companhia deve chegar a US$ 3,3 bilhões ao final de 2022, três vezes maior que US$ 1,1 bilhão previstos em dezembro.

A estimativa de dívida financeira, de US$ 2,1 bilhões, ficou igual àanunciada em dezembro, enquanto a relação entre a dívida líquida e ebitda, subiu para 8 vezes, de 6 vezes.

Outros guidances informados foram relacionados a combustíveis: o CASK ex-combustível foi mantido em US$ 3,3 centavos, assim como 1,2 bilhão de litros de combustível consumidos e o total de combustível consumido de 34,6 mil litros por RPK (passageiro por quilômetro transportado). A projeção do preço do combustível por litro subiu para R$ 4,3, de R$ 3,8 em de dezembro.

A companhia espera ter geração de caixa com a venda de 11 aeronaves 737. A companhia também informou a devolução de 25 aviões entre 2019 e 2021, redução dos pedidos de MAX de 135 para 90 aeronaves e financiamento de 10 aeronaves 737 MAXs.

As entregas de aeronaves 737-MAX devem subir de 16 para 21 de 2021 para este ano. Em 2019 apenas uma aeronave foi entregue e nenhuma em 2020.

A diretoria executiva da empresa disse que está otimista com a demanda por viagens a partir do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), que é um dos mais disputados do país entre as aéreas, após a definição das regras de uso de slots (horários de chegada e partida) utilizados pela Avianca Brasil, que foram transferidos provisoriamente em 2019 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No início deste mês, a agência reguladora limitou a participação de slots por empresas em até 45%, o que ficou abaixo dos 48,41% que a Gol alcançou após a compra da MAP, há um ano, mas a definição traz mais previsibilidade à empresa, disseram os executivos.

A compra da MAP, com sede em Manaus, foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro do ano passado e permitiu à Gol entrar em novos territórios e destinos, especialmente na região Norte do Brasil.Essa foi a terceira aquisição da Gol, após a compra dos ativos da Varig, em 2007 e de Webjet, em 2011.

A negociação envolveu pagamentos na ordem de R$ 28 milhões, sendo R$ 25 milhões em dinheiro à Voepass (antiga Passaredo), atual dona da MAP, e o restante em 100 mil ações preferenciais da Gol ao preço de R$ 28 cada. A Gol assumirá todas as operações da Map, incluindo os 26 slots no aeroporto de Congonhas.