São Paulo – O secretário de Comércio Interno da Argentina, Roberto Feletti, e os empresários abriram “um tempo de espera de 12 horas” para continuar negociando um acordo para controlar os preços de alimentos de consumo de massa e conter a disparada da inflação anual.
Ao final de uma reunião na Secretaria de Comércio, Feletti declarou à imprensa que “há vocação para o acordo”, embora tenha confirmado um quarto intermediário antes de aplicar a Lei de Abastecimento, que impõe sanções sobre empresas que não cumprem os controles do Estado.
A proposta do governo às empresas é ampliar e consolidar uma lista de 1.650 produtos a um preço fixo por 90 dias, retroativo ao dia 1 de outubro. Originalmente, a lista cobria 1.200 produtos, mas o governo decidiu ampliar o escopo da medida.
“Entre 1 e 18 de outubro, a cesta básica do supermercado aumentou 2,2%, com produtos que registraram acréscimos entre 10% e 25%”, justificou Feletti, acrescentando que existem 47 empresas que oferecem mais de 10 produtos cada uma e têm 72% da lista.
Por sua vez, o chefe do Sindicato Industrial Argentino, Daniel Funes de Rioja, descreveu que houve um bom diálogo com o governo, embora tenha rejeitado o congelamento de preços e afirmou que medidas desse tipo “não funcionam em nenhum país no mundo.”
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Argentina subiu para 52,5% em setembro em base anual, registrando aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice registrou alta de 51,4%, conforme relatado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Na comparação mensal, o IPC subiu 3,5% em setembro, uma forte aceleração na comparação com o recorde de agosto de 2,5%, ultrapassando o “piso” de 3%, que vinha sendo registrado mensalmente. O índice, assim, acumulou nos nove meses do ano um acréscimo de 37%.
Tradução: Cristiana Euclydes