São Paulo – Os Estados Unidos afirmaram que a China cometeu “genocídio e crimes contra a humanidade” contra os muçulmanos uigures e outros membros de grupos étnicos e religiosos minoritários na província de Xinjiang, de acordo com o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.
Segundo a nota, os crimes incluem prisão arbitrária ou outras privações graves de liberdade física de mais de um milhão de civis, esterilização forçada, tortura de um grande número de detidos arbitrariamente, trabalho forçado e a imposição de restrições draconianas à liberdade de religião ou crença, liberdade de expressão e liberdade de movimento.
O Departamento de Estado norte-americano diz que, após análise dos fatos disponíveis, concluiu que a China cometeu genocídio contra os uigures. “Acredito que esse genocídio esteja em andamento e que estamos testemunhando a tentativa sistemática de destruir os uigures pelo partido-estado chinês”, disse o secretário de Estado, Mike Pompeo.
“As autoridades governantes do segundo país mais poderoso econômica, militar e politicamente do planeta deixaram claro que estão engajadas na assimilação forçada e eventual apagamento de um grupo minoritário étnico e religioso vulnerável”, acrescentou ele.
O próximo secretário de Estado do país, Antony Blinken, assessor de longa data do presidente eleito Joe Biden, defendeu uma abordagem firme com a China, em uma audiência ontem diante de um painel do Senado.
“Houve um amplo consenso de que a liberalização econômica na China levaria a uma liberalização política; isso não aconteceu”, disse Blinken. “Não há dúvida de que [China] representa o desafio mais significativo de qualquer Estado-nação do mundo para os Estados Unidos.”
Em julho de 2020, Trump assinou uma lei sobre minorais que permite sanções contra a China. Pequim revidou em julho e anunciou restrições a legisladores norte-americanos em retaliação a medidas adotadas por Washington contra autoridades chinesas devido ao tratamento de Pequim contra a minoria étnica uigur.