Governo defende agenda ambiental e reformas em evento da indústria brasileira em Nova York

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São Paulo – Em participação no painel “Transformação Ecológica e Energética: O Brasil e o Mundo”, no evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta segunda-feira, na Bolsa de Valores de Nova York, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil é um país muito desigual mas que soube preservar suas riquezas ambientais, mesmo com uma estrutura estatal debilitada. Ele destacou o atual Plano Safra, com foco em sustentabilidade, e defendeu a modernização do agro como ponto de destaque da agenda ambiental.

“O desmatamento da Amazônia é uma parte dessa questão, temos muitas outras. O agro sabe que se a agenda ambiental não for endereçada, ele perderá mercado”, comentou Haddad.

O ministro disse que há condições regulatórias em discussão no Senado que podem alavancar uma série de investimentos no Brasil, como a reforma tributária e proposta sobre o mercado de seguros. “Vamos lançar no mês que vem a taxonomia para que investidores possam se manifestar antes de ser tornar uma prática, para que o mercado possa escolher onde vai investir, com as melhores taxas de retorno, na transição ecolõgica. É preciso entender que não existe divórcio entre investimento e desenvolvimento sustentável.”

Haddad disse que o presidente Lula vai ter uma reunião com o presidente dos Estados Unidos Joe Biden para avaliar cooperação na transição ecológica e o Brasil pode inaugurar um ciclo virtuoso de crescimento robusto nos próximos anos se as propostas do governo avançarem no legislativo.

O ministro da Fazenda disse que a parceria anunciada entre a Petrobras e a Weg em energia eólica na semana passada “é uma grande notícia” e que “a Petrobras está com olhos para o futuro”. “Temos que promover mais parcerias entre estatais e estrangeiras. Daqui 5 anos, esta janela de oportunidades pode estar fechada”, comentou.

Marina Silva defende que Brasil avance em três frentes combater os impactos das mudanças climáticas

Em participação no painel “Transformação Ecológica e Energética: O Brasil e o Mundo”, no evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta segunda-feira, na Bolsa de Valores de Nova York, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima disse que é necessário avançar em três frentes para combater os impactos das mudanças climáticas.

Em Davos já ficou claro que não era suficiente somente uma agenda de mitigação e adaptação. Não conseguiremos dar conta do desafio. Queremos transformar. O Brasil reúne as melhores vantagens para cumprir a adaptação, mitigação e transformação”, disse Marina Silva.

A agenda de mitigação inclui o mercado de carbono. “Vamos fazer a concesão de de 1 milhão de hectares para manejo sustentável e queremos chegar a 5 milhões ao final do governo Lula”, acrescentou.

A ministra do meio ambiente também destacou a redução de 200 milhões em emissões de CO2 e o desmatamento durante a atual gestão. “Ao produzirmos em agricultura de baixo carbono e realizarmos manejo florestal, estaremos exportando sustentabilidade.”

Ela disse que o Brasil precisa de colaboração para gerar empregos e “transformar as riquezas do pais em “vantagens distributivas, gerando oportunidades para o mundo inteiro”.

‘Brasil tem oportunidade única de avançar no apoio à transição energética e no mercado ESG’, diz presidente do BID

Em participação no painel “Transformação Ecológica e Energética: O Brasil e o Mundo”, no evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta segunda-feira, na Bolsa de Valores de Nova York, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, disse que o Brasil é o maior cliente da instituição e que o momento atual traz uma “oportunidade única” de avançar no apoio à transição energética e no mercado ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).

Goldfajn explicou que o BID trabalha tanto com o setor privado como com governos e ressaltou a importância de trabalhar em cooperação entre o setor privado e governamental. “Estivemos no Chile. Com a seca, a transmissão de energia ficou mais cara. O BID trabalha com os governos, com o parte do planejamento, e com o setor provado, na parte de armazenamento. Temos que saber como trabalhar com as duas partes”

Ele disse que o BID se coloca a disposição do Brasil e que tem uma oportunidade única de avançar no apoio à transição energética e no mercado ESG.

Arthur Lira diz que Congresso vai discutir matrizes energéticas limpas

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que vai se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir as matrizes energéticas limpas. Ele disse que o Congreso já aprovou algumas medidas e que os principais temas a serem debatidos pelas casas legislativas serão a regulamentação do mercado de carbono e o desenvolvimento dos marcos regulatórios da energia eólica offshore e da transição energética com ênfase ao uso de hidrogênio. Os objetivos serão a redução das emissões de dióxido de carbono e ampliar a geração de negócios nestes mercados.

Lira também destacou a ampliação do limite legal, dos atuais 27,5% para 30%, da mistura do etanol à gasolina, proposto pelo programa Combustível do Futuro que foi apresentado pelo Executivo na semana passada.

Por fim, ele disse que a Reforma Tributária vai tirar o país do “manicômio tributário” e sua aprovação permitirá ao Brasil dar um salto na economia.

Rodrigo Pacheco diz que Brasil precisa de incentivos e cooperação internacional para reduzir crise ambiental

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o Brasil precisa de incentivos e cooperação internacional para reduzir crise ambiental, principalmente dos Estados Unidos, país que acolhe o evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta segunda-feira, na Bolsa de Valores de Nova York, onde o senador deu a declaração.

Segundo Pacheco, o Congresso discute vários projetos para ampliar a transição energética e modernizar a legislação brasileira. Ele destacou o projeto de debêntures de infraestrutura e outros marcos legislativos modernos como o de saneamento, que, na sua avaliação, permitem o desenvolvimento do Brasil.

“O desafio é como conciliar a preservação da natureza com o desenvolvimento social e econômico”, disse Pacheco.

CNI e FIESP apresentam oportunidades de investimentos na Bolsa de Valores de Nova York

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizaram, na manhã desta segunda-feira, na Bolsa de Valores de Nova York, o evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, uma reunião com autoridades e industriais brasileiros, e investidores e representantes de empresas americanas, que vai abordar exemplos de políticas públicas, oportunidades de negócios e de investimentos no Brasil em transição ecológica e energética, descarbonização e infraestrutura voltadas ao crescimento sustentável.

Segundo as entidades, o objetivo do encontro é fortalecer ainda mais a parceria bilateral e a integração internacional brasileira com os Estados Unidos. A CNI aponta que os Estados Unidos foram o principal país investidor no Brasil, com estoque de investimentos de US$ 152,5 bilhões em 2021, com base em dados do Banco Central.

“O Brasil tem plenas condições de inaugurar uma nova fase de desenvolvimento industrial baseada em baixa emissão de carbono, respeito ao meio ambiente, com mais inserção internacional e inovação. Para isso, é necessário implementarmos medidas capazes de atrair indústrias que precisam de energia limpa, para ampliarmos os investimentos em fontes renováveis e em hidrogênio verde”, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Principais aspectos da relação econômica e comercial Brasil-EUA

Os principais números das relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos apurados nos últimos anos estão na Análise de Política Comercial N 8, elaborada pela área econômica da CNI, a partir das bases de dados do Banco Central, Comex Stat e IBGE. O documento na íntegra pode ser acessado aqui.

Os EUA são o principal parceiro do Brasil quando se consideram exportações brasileiras de bens da indústria de transformação; vendas externas de produtos de maior intensidade tecnológica; comércio brasileiro de serviços, tanto nas vendas, quanto nas aquisições; e investimentos estrangeiros no Brasil e os investimentos brasileiros no exterior.

Os EUA são o segundo principal destino das exportações brasileiras totais. As exportações de bens do Brasil para lá somaram US$ 37,4 bilhões em 2022. A primeira posição é ocupada pela China, destino de US$ 89,4 bilhões das vendas externas brasileiras no último ano.

Embora a China e a União Europeia sejam os principais destinos das exportações brasileiras em termos de valor, o impacto econômico das exportações do Brasil para os Estados Unidos é proporcionalmente mais significativo. Em 2022, cada R$ 1 bilhão exportado pelo Brasil para o país contribuiu para a criação de 24,9 mil empregos R$ 545 milhões em massa salarial e R$ 3,6 bilhões em produção por bilhão exportado.

Comércio exterior da indústria de transformação

O maior impacto das exportações brasileiras para os EUA é motivado pela alta participação de bens da indústria de transformação na pauta exportadora bilateral. Das vendas externas para o país, em 2022, 78,9% são concentradas em bens da indústria de transformação.

Entre 2013 e 2022, as vendas externas de bens da indústria de transformação do Brasil para os EUA somaram US$ 223,8 bilhões o que representou 16,7% das exportações do setor em média. A Argentina e a China vêm logo em seguida, respectivamente, com participação de 9,7% e de 8,3%.

O comércio de bens da indústria de transformação do Brasil com os Estados Unidos foi recorde em 2022, alcançando US$ 29,5 bilhões em exportações e US$ 43,1 bilhões em importações. Na comparação com 2021, as exportações cresceram 15,6% e as importações aumentaram 26,7%.

Investimentos dos EUA no Brasil

O estoque de investimentos dos EUA no Brasil em 2021 representou 23,1% do total.

Quando analisados os investimentos brasileiros no exterior, os EUA ocupam a segunda posição, atrás apenas dos Países Baixos. O estoque de investimentos brasileiros nos EUA foi de US$ 28,6 bilhões em 2021 – 6,6% do total.

Prioridades da indústria brasileira

Segundo a CNI, as prioridades da indústria brasileira na relação com o parceiro comercial são: Implementar os protocolos ao Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC); Celebrar um novo protocolo ao ATEC sobre economia digital; Implementar o Acordo de Reconhecimento Mútuo de Operador Econômico Autorizado (OEA); Negociar um Acordo de Dupla Tributação (ADT); Mitigar ou remover barreiras comerciais; Fortalecer o diálogo bilateral sobre sustentabilidade; Reforçar os mecanismos de diálogo bilateral; Promover a integração de cadeias de valor; Retirar o Brasil da Lista de Atenção do Relatório Special 301; Implementar o projeto-piloto Patent Prosecution Highway (PPH) como programa permanente; Reduzir o tempo de análise de patentes.