Governo defende política industrial e reforma tributária para impulsionar crescimento do País

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São Paulo – O presidente Luís Inácio Lula da Silva disse que voltou otimista da viagem ao Japão com a imagem do Brasil no exterior, mas se surpreendeu com notícias negativas sobre o governo, referindo-se às pautas aprovadas no Congresso que vão na contramão das propostas de sua campanha eleitoral, como as políticas ambientais e em defesa dos povos indígenas.

Após a reunião com diversos países no Japão vi que as pessoas estão apostando no Brasil, mas quando voltei para o Brasil, só li notícias ruins sobre o governo. Vamos conversar com o congresso e falar o que queremos fazer. Não podemos nos assustar com a política, por pior que seja a política, é ela que traz as soluções, disse em seu discurso no encerramento do Dia da Indústria, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo (SP).

Lula disse que o Brasil quer ajudar a Argentina, mas principalmente, os exportadores brasileiros com esse apoio, reiterando declarações anteriores sobre o assunto. Vamos ver o que fazer para dar garantia aos nossos exportadores. Falaremos com BRICs sobre essa questão.

O presidente reforçou a ideia defendida pelo governo de que o apoio à indústria automobilística fará com que o Brasil volte a crescer, reforçando as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que discursou antes dele. Eu acredito que o Brasil voltará a crescer. A indústria brasileira não está produzindo mais de 2 milhões de carros, a classe média baixa não está mais comprando carros. É esse país que temos que consertar.

Lula também mencionou que a indústria da construção gerou valor 33% menor que em 2014 e que o governo defende uma política industrial altiva, ativa e moderna, que leve em conta a transição energética que tanto falamos. Para ter um país forte e uma indústria forte, é preciso ter trabalhadores fortes. O trabalhador deve consumir o que produz.

O presidente também defendeu o agronegócio e as commodites e disse que algumas pessoas colocam essas áreas em segundo plano. O Brasil tem que continuar crescendo nessas áreas. Isso não atrapalha a indústria, ajuda. O produtor precisará comprar mais máquinas se produzir mais.

Por fim, Lula voltou a criticar a taxa de juros: Não vou criticar a política de juros. Nesse país em que o mercado financeiro tomou conta, o presidente não pode criticar a taxa de juros. Mas é uma excressência a taxa de juros estar em 13,75%, finalizou.

HADDAD DEFENDE REFORMA TRIBUTÁRIA

Em encerramento do evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse o governo federal entende que a indústria tem papel fundamental para o desenvolvimento nacional e que a reforma tributária será essencial para que o setor volte a crescer e impulsionará o crescimento do país.

“Endereçamos a reforma tributária que induz imposto de valor agregado. Não há como crescer produtividade do Brasil com esse sistema tributário”, disse.

Na sua avaliação, o Congresso está maduro para aprovar algo que dê segurança jurídica para investidores e previsão de investimentos para o Estado.

“Queremos regra estável em que o estado saiba quanto pode investir.”

O ministro da Fazenda encerrou seu discurso ressaltando a aprovação do arcabouço fiscal e relacionando seus benefícios com os que entende que ocorrerão com a aprovação da Reforma Tributária. “O marco fiscal, que foi aprovado sob liderança de Arthur Lira, garante investimento em educação. Se tivermos recursos para PPPs, que terão aval do Tesouro Nacional, poderemos investir na educação básica. Se dermos previsibilidade aos investidores ao tempo da transição ecológica, estimulando a perspectiva de futuro que olhe para fiscal e social, o Brasil voltará a crescer acima da média mundial assim como crescemos 4,1% contra 2,5% mundial nos primeiros anos do governo Lula. Teremos crescimento virtuoso com apoio da indústria”, finalizou Haddad.