São Paulo – O diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Erik Rego, disse que o leilão de transmissão realizado nesta quinta-feira na B3 realizado tem ligação com os próximos leilões que serão realizados: “os três primeiros, que serão referentes a regiões do norte de Minas Gerais, serão porta de entrada para expansão do sistema, para trazer fontes de energia mais barata para o Nordeste.”
De acordo com o executivo, esse estudo deve começar pela Bahia e Sergipe e, em abril, a EPE vai entregar o estudo inicial sobre a concessão relacionada a um pedaço da região Nordeste. Segundo ele, até o leilão acontecer, o R5 tem de estar aprovado pelos respectivos órgãos fiscalizadores. A previsão é que as obras possam começar entre 2023 e 2024.
O Coordenador-geral de Planejamento da Transmissão no Ministério de Minas e Energia Guilherme Zanetti Rosa (que compareceu representando o Ministro Adolfo Sachsida), falou pouco antes das batidas de martelo tradicionais do fim do evento, sobre “um bipolo em corrente continua, entre o Maranhão e Goiás para expansão do sistema e exploração massiva do potencial em energia renovável do Nordeste brasileiro.”
Erik Rego, da EPE, contou que a intenção é que haja um segundo bipolo na região. “Estamos vendo se vai ser possível mais um bipolo, que seria entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, provavelmente”, revelou. Os dois bipolos representam um investimento de R$ 50 bilhões.
A diretora da Aneel, Camila Bonfim, confirmou o sucesso dos processo de transmissão e o deságio médio de 46,16% e justificou que os lotes em que o deságio foi maior é resultado da alta competitividade – algo que já era esperado pelos diretores da agência. Sobre a relicitação de trechos sobre os quais já havia sido declarada a caducidade, os executivos garantiram não haver problema, pois se trata de uma “nova competição.”
Os investidores, por sua vez, explicaram que consideraram o cenário macro de altas taxas de juros para fazer as ofertas durante o certame: “Antes de qualquer coisa, nós identificamos os lotes, fazemos uma detalhada análise técnica – até para adiantar os possíveis problemas que podemos vira ter com licenciamento, ver o território onde vamos colocar as nossas torres. O custo do financiamento entra nessa grade”, explicou o CEO da Isa Cteep, Rui Chammas.