São Paulo – O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou nesta segunda-feira uma missão na Ásia, com o ministro Carlos Fávaro, a equipe técnica da pasta, Embrapa, comitiva de parlamentares e representantes do setor, em que foram apresentadas as propostas brasileiras para avanço da produção sustentável na Coreia do Sul, informou a pasta. Outros assuntos debatidos foram a abertura de mercado e um protocolo Internacional regionalizado para casos de gripe aviária.
Em reunião no Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais da Coreia do Sul (Mafra), o ministro coreano, Jeong Hwang-geun, ressaltou a importância do Brasil como fornecedor de produtos agrícolas para seu país.
Um dos pontos tratados no encontro foi o estreitamento da cooperação técnica entre Brasil e Coreia do Sul na área de fazendas inteligentes. Além do avanço tecnológico, que garante uma agricultura de precisão, o Mapa vem propondo modelos de Integração Floresta – Pasto – Lavoura por meio da recuperação de pastagens de baixa produtividade. A medida é uma das principais iniciativas do país para a intensificação da produção de alimentos livre de desmatamento.
A Missão do Mapa esteve no Ministério da Segurança de Alimentos e Medicamentos, onde o vice-ministro, Osang Kwon, lembrou da capacidade do Brasil de manter a exportação de produtos agropecuários mesmo durante a pandemia da Covid-19.No encontro, Fávaro destacou o sistema de Defesa Sanitário brasileiro e a qualidade dos alimentos produzidos no país.
MISSÃO EMPRESARIAL
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e o diretor de mercados da entidade, Luís Rua, também participam da missão empresarial pela Coreia do Sul e Japão, considerados mercados estratégicos para as exportações da avicultura e da suinocultura do Brasil na Ásia, segundo a associação.
Em nota, a ABPA informou que a programação se iniciou hoje com reuniões com importadores sul-coreanos, na Embaixada do Brasil em Seul.
Na terça-feira (25), a ABPA realizará um seminário para stakeholders, autoridades sanitárias e importadores da Coreia do Sul, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Na ocasião, estarão presentes o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, representantes da equipe ministerial, a embaixadora do Brasil em Seul, Márcia Donner Abreu, membros da Embaixada, do Ministério das Relações Exteriores, além de uma comitiva de representantes de agroindústrias do Brasil.
Durante o evento que contará com o apoio da coordenadora de marketing e promoção comercial da ABPA, Nayara Dalmolin serão apresentadas as estratégias brasileiras para a preservação do status sanitário do país. Também serão destacados os diferenciais que fazem do Brasil o principal fornecedor internacional de carne de frango para o mercado sul-coreano, além de um potencial parceiro para incremento no abastecimento de carne suína. Mais de 60 representantes do país asiático são esperados no evento.
Na programação, também estão previstas reuniões com importadores e outras representações com influência direta no consumo e importações de produtos para a Coreia do Sul.
“A Coreia do Sul é um dos 5 principais importadores de carne suína do mundo e o Brasil ainda tem participação tímida nos volumes importados pelos sul-coreanos. O possível reconhecimento dos estados do Acre, Paraná e Rio Grande do Sul como livres de febre aftosa sem vacinação, que está sendo negociado entre os países, pode ser um importante impulso para o incremento da parceria estratégica entre os dois países” menciona o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua.
No primeiro semestre, a Coreia do Sul importou 98,8 mil toneladas de carne de frango e 5 mil toneladas de carne suína do Brasil. Somadas, as exportações dos dois produtos geraram quase US$ 230 milhões em receita apenas nos seis primeiros meses de 2023.
JAPÃO
A próxima etapa da missão será a partir da quinta-feira (27), em Tóquio. Lá, os representantes da ABPA, juntamente com a ABIEC e ApexBrasil, promoverão um novo seminário sobre a biosseguridade do setor de proteína animal do Brasil e as oportunidades de abertura e ampliação de regiões reconhecidas como livres de aftosa sem vacinação. Mais de 150 representações japonesas foram confirmadas no evento.
Na ocasião, Santin e Rua reforçarão os esforços brasileiros para a construção de uma solução que destrave as suspensões aplicadas pelas autoridades japonesas ao comércio de produtos avícolas de Santa Catarina e Espírito Santo para o Japão. Recentemente, as importações dos estados foram temporariamente suspensas após registro de caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves de fundo de quintal decisão que contraria as recomendações estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal.
A agenda na capital japonesa contará, ainda, com diversos encontros com representações de importadores e outras representações locais.
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, liderará esses esforços, juntamente com sua equipe, a Embaixada Brasileira em Tóquio, o Ministério das Relações Exteriores e a ApexBrasil. Como setor privado, apresentaremos explicações aos importadores e representações institucionais sobre a biosseguridade brasileira, reforçando nosso compromisso com a biosseguridade e o apoio à segurança alimentar para a população japonesa. Vamos apoiar o Governo Brasileiro para o restabelecimento do fluxo normal de exportações para o Japão no menor prazo possível, ressalta Santin.
Entre carne de frango e carne suína, o país asiático importou 238 mil toneladas de carnes, gerando cerca de US$ 490 milhões em receita apenas no primeiro semestre deste ano. É o segundo principal destino em carne de frango, e figura entre os 20 maiores destinos da carne suína do Brasil. O país também é o principal importador de ovos do Brasil, com 6,9 mil toneladas importadas entre janeiro e junho deste ano.