Governo e indústria brasileira negociam redução de até 40% em compra direta do gás boliviano

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e comitiva de empresários da indústria, em reunião na Bolívia. 08/07/24. Foto: Ricardo Botelho/MME

São Paulo – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, liderou uma comitiva de representantes da indústria brasileira para uma reunião com o governo da Bolívia nesta segunda-feira (8/7), em Santa Cruz de La Sierra, para negociar a compra de gás natural diretamente dos bolivianos, reduzindo o preço do produto e aumentar a competitividade da indústria nacional. A expectativa é de que o custo da importação possa chegar a ter redução de cerca de 40% do valor praticado atualmente.

“Nós tivemos uma reunião histórica, fizemos o link entre a indústria nacional e a YBFP que é a indústria de gás da Bolívia, a fim de que a gente possa eliminar a intermediação, diminuir o preço do gás e, consequentemente, aumentar a competitividade da indústria nacional”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.

A compra direta do gás boliviano era uma demanda da grande indústria brasileira desde a década de 90, que, até então, é feita por meio da Petrobras.

Cerca de seis milhões de m3 por dia poderão ser entregues ao país a partir de outubro deste ano, sendo 4 milhões de m3 da Bolívia e outros 2 milhões de m3 da Argentina, passando pela Bolívia até chegar ao Brasil.

Silveira destacou que esta é uma das ações do Programa Gás Para Empregar, que prevê o melhor aproveitamento do insumo para a indústria e do governo do presidente Lula de reindustrializar o país.

“A indústria é muito importante para gerar emprego e renda, desenvolver, melhorar a vida das pessoas e combater a desigualdade, que é o grande propósito do governo liderado pelo presidente Lula”, destacou Silveira. Estima-se que alguns setores da indústria brasileira operam, hoje, com taxas de ociosidade de 30% devido aos custos elevados dos insumos e a entrada de produtos importados com preços abaixo do mercado nacional.

A comitiva foi composta, entre outros, pela Abrace, Abividro, Abiquim, Abceram e Fiesp, se reuniram diretamente com o presidente da estatal YPFP, que administra o Gasbol, conhecido como gasoduto Brasil-Bolívia. O ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina Ortiz, também participou do encontro.

As informações partem do Ministério de Minas e Energia.