Greve do Ibama a partir de 24 de junho deve impactar Prio, 3R Petroleum e Petrobras, avalia Guide

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São Paulo – A Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental no Estado do Rio de Janeiro (Asibama-RJ), que representa os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aprovou um indicativo de greve geral a partir do dia 24 de junho em resposta ao fim das negociações com o governo para a reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente. A greve, que já vinha causando impactos desde janeiro, pode resultar em atrasos na entrada em operação de plataformas programadas para 2024 e 2025, aponta a Guide Investimentos.

Segundo análise da corretora, a Petrobras estima que a redução das atividades do Ibama poderia impactar até 2% da sua produção em 2024. A Prio no seu relatório de produção de maio não pode realizar o procedimento de workover em 2 poços. Novas perfurações em Papa Terra (campo da 3R) também podem ser impactada nos meses subsequentes.

A Guide avalia que o impacto da greve é negativo para as companhias. “A greve, que teve início em janeiro de 2024, continua sem uma data definida para o seu término. A Petrobras, apesar de ainda não ter feito um anúncio oficial, provavelmente sentirá o impacto em sua produção no segundo trimestre de 2024. No entanto, espera-se que esse efeito seja minimamente relevante para o total da produção. A produção da Prio já sofreu impactos em maio, e a da 3R provavelmente sentirá os efeitos nos meses seguintes. Enquanto a greve não chegar ao fim, é provável que as ações da Prio e da 3R continuem sob pressão. No entanto, considerando os preços atuais, acreditamos que este seja um bom momento para investir nesses dois ativos. O EVP/2P da Prio está avaliado em 14,15 vezes, contra uma média de 16,6 vezes nos últimos 12 meses. Já a 3R está avaliada em 5,43 vezes, contra uma média de 5,6 vezes. Portanto, ambos os ativos parecem estar subvalorizados em relação à sua média histórica”, comenta o analista Matheus Haag.

Sobre a greve

A Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema Nacional) informou que a Asibama-RJ, aprovou, em assembleia realizada em 13 de junho, um indicativo de greve geral a partir de 24 de junho.

Segundo Leandro Valentim, Diretor da Asibama-RJ, a greve é uma resposta ao fim das negociações com o governo sem um acordo de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente. Os servidores ambientais estão há meses lutando por uma reestruturação justa da carreira e melhores condições de trabalho. A falta de diálogo por parte do governo nos levou a esta paralisação, que infelizmente aprofundará os já significativos impactos em diversos setores, especialmente no de petróleo e gás, afirmou Valentim.

A mobilização dos servidores, que já vinha causando impactos desde janeiro, limitando a emissão de novas licenças e focando na análise e monitoramento de empreendimentos já licenciados, está agora se intensificando.

Dados levantados pelos servidores indicam que pelo menos dois gasodutos e dez pedidos para pesquisa sísmica e perfuração de poços já foram diretamente afetados pela mobilização. Antes mesmo dos servidores aprovarem o indicativo de greve, a Petrobras já havia estimado que a redução das atividades do Ibama poderia impactar até 2% da produção da companhia em 2024, o que representaria uma queda de cerca de 60 mil barris por dia na extração média anual.

Os principais impactos da greve dos servidores da área de licenciamento de Petróleo e Gás estão relacionados à emissão de licenças ambientais para produção de novos campos e campanhas de levantamento sísmico. A greve decorrente do impasse entre servidores e o governo pode resultar em atrasos na entrada em operação de plataformas programadas para 2024 e 2025, assim como na interligação de cerca de 30 novos poços às unidades de produção previstas ainda para este ano.

Atualmente, na área de produção, são 12 empreendimentos que dependem de Licença Prévia do Ibama, além de três que aguardam a Licença para Instalação. O Desenvolvimento da Produção de Bacalhau, no Pré-sal da Bacia de Santos, que é operado pela Equinor e tem investimentos previstos na ordem de R$ 8 bilhões de dólares*, aguarda Licença de Operação.

Ainda segundo a Ascema Nacional, em março deste ano, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal representante do setor de petróleo e gás no país, ressaltou a importância do Ibama e seu trabalho de licenciamento e acompanhamento das atividades no setor de óleo e gás, e já defendia que se encontrasse uma solução satisfatória e a curto prazo para a mobilização dos servidores fosse encerrada, alegando que o setor deixou de faturar, devido à mobilização, um total de R$ 3,4 bilhões apenas nos três primeiros meses de paralisação. O movimento completa hoje 164 dias.

Caso não haja a retomada das negociações com os servidores, a greve pode resultar em perdas de arrecadação em tributos (diretos e indiretos) que somam R$ 470 milhões/mês (diretos) e R$ 485 milhões/mês (royalties e participações especiais), provocando ainda o impacto negativo de 5.300 postos de trabalho que deixariam de ser gerados, segundo reportagem da agência “epbr”.

Lista de empreendimentos que podem ser afetados pela greve dos servidores do Ibama do Rio de Janeiro:

Perfuração:

– Prio: Wahoo
– Petrobras: CM-477
– Petronas: CM-715
– 3R Petroleum: Papa Terra
-BW: Campo de Golfinho

Produção:

– Petrobras:
o Etapa 3 do Pré-sal Licença de Instalação do FPSO P-78, Campo de Búzios 6
o Etapa 3 do Pré-sal Licença de Instalação do FPSO P-79, Campo de Búzios 8
o Etapa 4 do Pré-sal Licença Prévia
o SEAP – SEAL Água Profundas Licença Prévia
o Revitalização do Campo de Albacora Licença Prévia
o Revitalização dos Campos de Barracuda e Caratinga Licença Prévia
– Equinor: DP do Campo de Bacalhau Licença de Operação
– Trident: Polo Pampo e Enchova – Licença de Instalação
– Perenco: Campo de Carapeba West Licença Prévia
– BW: DP do Campo de Maromba Licença Prévia
– Equinor: Campo BM-C-33 – Licença Prévia
– Prio: Campo de Wahoo Licença Prévia
– Enauta: Sistema de Produção Antecipada (SPA) do Campo de Oliva – Licença Prévia
– Bravo: Instalação de um FSO – Licença Prévia
– OSB: Gasoduto Rota 4C – Licença Prévia; Gasoduto Rota 5B – Licença Prévia

Pesquisa Sísmica Marítima

– Spectrum:
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D Bacia do Potiguar
o Pesquisa Sísmica 3D Nodes OBN Bacia de Campos
o Pesquisa Sísmica 3D Nodes Água Marinha, Bacia de Campos
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia da Foz do Amazonas
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Pelotas Fases, Bacia de Pelotas
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Pelotas 3D Fase 2, Bacia de Pelotas
o Pesquisa Sísmica Marítima 2D – Pelotas 2D – Fase 4, Bacia De Pelotas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Pelotas Sul, Bacia De Pelotas
o Atividade de Aquisição de Dados Sísmicos 3D – Projeto Norte Campos 3D, Bacia de Campos
– PGS:
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Programa Pirambu-Norte, Bacia de Sergipe/Alagoas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Programa Amapá-Belém, Bacias de Pará-Maranhão e Foz do Amazonas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Programa Pelotas-SW, Bacia de Pelotas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Programa Pelotas-NE, Bacia de Pelotas
– WesternGeco:
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia do Ceará
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia de Pará-Maranhão
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia de Pelotas (extensão) o Pesquisa Sísmica Marítima 3D Bacia de Pelotas o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia da Foz do Amazonas
– Petrobras:
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D – OBN-Fuji, Andurá e Monai, Bacia do Espírito Santo
o Pesquisa Sísmica Marítima 4D Nodes e PRM – Cluster2, Bacia de Santos
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D OBN – Amapá Águas Profundas, Bacia da Foz do Amazonas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D Nodes – Cluster BC Águas Profundas, Bacia de Campos
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 4D Nodes – Cluster BS, Campo de Búzios, Bacia de Santos
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 4D Streamer – Campo de Jubarte, Bacia de Campos
o Atividade de Pesquisa Sísmica Marítima 3D Nodes – Campos de Marlim Leste, Marlim Sul, Barracuda e Caratinga, Bacia de Campos
– TGS:
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacia do Ceará
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Bacias do Ceará e Potiguar
– CGG:
o Aquisição de Dados Sísmicos 3D – Projeto Espirito Santo Fase V, Bacia do Espirito Santo
o Pesquisa Sísmica 3D Nodes – Projeto Jabuticaba, Bacia de Santos
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Projeto Santos e Pelotas Fase XI, Bacias de Santos e Pelotas
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Projeto Megabar Extensão, Bacias de Barreirinhas e Ceará
o Pesquisa Sísmica 3D – Projeto Pelotas Sul, Bacia de Pelotas
o Aquisição de Dados Sísmicos 3D – Projeto Nebula Fase E, Bacia de Santos
o Pesquisa Sísmica 3D Nodes – Projeto Açaí, Bacias de Campos e Espírito Santo
o Pesquisa Sísmica 3D Nodes – Projeto Pitanga, Bacia de Campos
o Pesquisa Sísmica Marítima 3D – Projeto FZA Fase II, Bacia da Foz do Amazonas.

Com informações da Ascema Nacional e Guide Investimentos.

Revisão e edição: Cynara Escobar / Safras News

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