Guerra comercial EUA-China pode exportar deflação chinesa para Europa, diz Knot

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Klaas Knot, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), alertou que uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode levar ao aumento de exportações chinesas para a Europa a preços reduzidos. Essa estratégia, já observada no setor siderúrgico, seria uma forma de a China “exportar sua deflação” para o continente europeu. O impacto pode ser significativo, especialmente com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, que prometeu impor tarifas a diversos países, incluindo a China.

Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, já havia destacado os riscos de uma guerra comercial para a economia global. Segundo ele, conflitos tarifários prejudicariam tanto o crescimento econômico quanto a inflação. Knot reforçou essa preocupação, lembrando que uma economia aberta como a dos Países Baixos seria particularmente vulnerável a uma escalada nas tensões comerciais.

Knot também mencionou a postura defensiva da China em relação às políticas comerciais americanas. Em uma recente visita ao país, o presidente Xi Jinping deixou claro que a China está preparada para enfrentar qualquer ação dos EUA. O contexto ressalta a complexidade das relações globais, com possíveis repercussões para o comércio europeu e a economia mundial.

Internamente, Knot alertou os sindicatos europeus sobre os riscos de exigências salariais excessivas. Ele reconheceu a importância de recuperar o poder de compra, mas afirmou que aumentos salariais desproporcionais, como os de 7%, podem dificultar o retorno da inflação à meta de 2% do BCE. A mensagem reflete as tensões entre a necessidade de proteger os trabalhadores e a estabilidade econômica.