O CEO da Via (antiga Via Varejo), Roberto Fulcherberguer, disse hoje que apesar de calcular que ainda há espaço no mercado para abertura 300 novas lojas físicas da Casas Bahia, a companhia previu que abririam entre 60 e 80 lojas em 2023 – meta que também já foi descartada. “Com a taxa de juros pressionando e as dúvidas em relação ao consumo, devemos abrir entre 5 e 10 lojas”, diz ele. “Mas estamos com a máquina pronta!”, afirmou Fulcherberguer em teleconferência para analistas na tarde de hoje.
Os executivos se mostraram otimistas com relação ao futuro da companhia – embora a VIA tenha reportado ontem prejuízo de R$ 163 milhões referentes ao 4T22. O pedido de recuperação judicial da Americanas por conta da revelação de inconsistências contábeis no valor de R$20 bilhões abriu espaço no mercado varejista brasileiro. Dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, a Via segue otimista quanto ao ganho do market share. “Os bancos nos sinalizaram positivamente quanto aos vencimentos que temos para o primeiro e segundo tri deste ano”.
Roberto Fulcherberguer disse que o consumidor segue adepto de fazer compras em lojas físicas e que estas representaram 16% de sua receita do período. A empresa informou, ainda, que haverá menos menos saídas do caixa com ações trabalhistas nesse semestre, além de monetização de impostos de cerca de R$ 2,5 bilhões.
Quanto ao ticket médio – estimado por Fulcherberguer em torno de R$250 – , a expectativa da Via é de que não haja mudanças relevantes no valor, mas que ‘siga evoluindo’. “Seguimos privilegiando a cauda longa e temos sinais claros de que o nível de recorrência com o consumidor vem aumentando, assim como o número de itens por compra.” O volume de pedidos de pedidos na cauda longa no marketplace registrou crescimento de 79% ante o terceiro trimestre.
“Apesar do GMV menor percebemos um crescimento de 20% – mesmos patamares de janeiro e fevereiro e março. Queremos ganhar ainda mais recorrencia com o market place. Estimamos redução de despesas e, ao longo do ano, capturar 2 pontos de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), equilíbrio na margem, além de um programa gigantesco de produtividade”, disse o presidente da empresa. “A produtividade de cada um dos vendedores e muito maior do que antes da pandemia.”