Há um clima de incerteza, mas acredito que o câmbio vai se acomodar, diz Haddad

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São Paulo, 18 de dezembro de 2024 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse há pouco, em entrevista a jornalistas, que o comportamento nervoso do câmbio é decorrência do sistema flutuante. “Nesse momento que as coisas estão pendentes há um clima de incerteza, mas acredito que o câmbio vai se acomodar”, disse.

 

Haddad afirmou que as conversas que têm mantido com as instituições financeiras indicam projeções melhores para 2025 do que “as que especuladores estão fazendo”. Lembrou que o Banco Central tem intervido e que o Tesouro passou a atuar na recompra de títulos para conter no nervosismo do mercado.

 

“Vamos continuar acompanhando até estabilizar”, garantiu o ministro. “Há contatos que estão feito conosco que falam em especulação, eu prefiro trabalhar com os fundamentos. Não estou fazendo juízo sobre isso, mas a Fazenda trabalha com os fundamentos”, completou.

 

O ministro reiteirou que os comportamentos mais especulativos são coibidos com a intervenção do BC e do Tesouro. “Já houve em tempos recentes desancoragens iguais a essa, mas depois se acomodaram com as medidas adotadas pelo governo”.

 

O ministro considerou a aprovação da reforma tributária ontem na Câmara um momento histórico e voltou a agradecer o empenho dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. “Temos que pensar no dólar e nos juros no curto prazo, mas temos que olhar as medidas estruturais”, acrescentou.

 

O ministro disse ainda que se a questão fiscal for aprovada, o governo fecha o ano com uma agenda positiva. Disse ainda que todos os indicados pelo presidente para a diretoria do Banco Central foram aprovados por ampla margem e que têm a capacidade técnica adequada aos cargos. “Em oito anos de mandato, o presidente Lula nunca interferiu no Banco Central e está fazendo o mesmo agora”.

 

O ministro repetiu que estar confiante que as medidas fiscais serão aprovadas sem desidratação. “A escala da contenção de gastos será mantida. Estamos no caminho certo, mas precisamos da ajuda do Congresso”, completou.

 

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

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