São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a importância da reforma econômica em andamento, destacando que as medidas não visam um confronto entre os poderes, mas sim fortalecer a saúde financeira do país. As medidas, segundo o ministro, vão garantir o cumprimento da meta fiscal em 2024.
“Ninguém está confrontando ninguém. Estamos estabelecendo normas em proveito da saúde financeira do país”, afirmou o ministro durante a Conferência Anual do Banco Santander. “O esforço do segundo semestre vai nos permitir cumprir a meta [de resultado primário] de 2024”.
O ministro afirmou que tem a “obsessão” de “diminuir o estímulo fiscal que vem sendo dado há 10 anos”. Segundo ele, essa diminuição pode ser realizada pela queda dos “déficits primários bastante elevados” registrados pelo governo federal ao longo da última década.
PIB
Haddad afirmou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta deverá revisar para cima a sua projeção para o crescimento do PIB deste ano, atualmente em 2,5%. “Temos segurança [em elevar a projeção], inclusive pelo trabalho feito com o Rio Grande do Sul”, afirmou.
“Depois de dois meses, hoje já estamos com saldo positivo de contratação, que deve ser divulgado pelo ministro Marinho na próxima semana, quando anunciar o Caged do mês passado”, disse ele.
Sobre a peça orçamentária, o ministro expressou mais confiança em relação ao ano anterior, destacando que a atual proposta está mais ajustada às expectativas de arrecadação.
“Essa peça orçamentária me causa mais conforto do que a do ano passado. A de 2023 subestimava receitas ordinárias e extraordinárias.”
Crédito e nota de risco
Outro ponto positivo mencionado por Haddad foi a melhora na avaliação do Brasil pelas agências de risco, com três aumentos consecutivos na nota de crédito.
“Pelos modelos das agências de risco, o Brasil já teria grau de investimento. Só não temos porque, além da avaliação objetiva, há uma subjetiva, que geralmente diminui a nota do Brasil”, explicou.
O mercado imobiliário brasileiro também está em foco, com expectativas de impacto positivo com a implementação do novo marco legal de garantias.
“O crédito está crescendo em dois dígitos este ano, em torno de 10%, e temos todas as razões do mundo para acreditar que esse processo vai continuar”, disse o ministro, sugerindo que o novo marco regulatório poderá dinamizar ainda mais o setor.