São Paulo, 13 de novembro de 2024 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, após ter se reunido com seu colega da Defesa, José Múcio, na parte da manhã, e o presidente da Câmara, Artur Lira, à tarde, que o anúncio do pacote de medidas de corte de gastos depende da liberação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não sei se há tempo hábil. Temos uma reunião hoje com o presidente. Se ele autorizar, anunciamos ainda essa semana”, disse, acrescentando que o governo está pronto para detalhar as medidas e que só depende do aval de Lula.
Sem comentar nenhuma medida específica – o ministro foi questionado sobre o salário mínimo, taxação de super-ricos, corte de benefícios, seguro desemprego -, Haddad afirmou que o impacto de médio prazo do pacote será anunciado. “Não detalharei medidas antes antes da data que o presidente Lula definir para o anúncio”.
Haddad também evitou falar em número da economia por conta do pacote, mas disse que será um valor expressivo. “Na opinião da Fazenda, o número reforça o compromisso com as regras fiscais”.
Para o ministro, o mais importante é o conceito utilizado, que prevalece a ideia que as rubricas devem ser incorporadas ao arcabouço. “As medidas devem seguir a regra ou algo parecido, atendendo aos mesmo objetivos”. Segundo o ministro, seus colegas reagiram de várias maneiras às propostas, mas entenderam a necessidade do pacote se algo sustentável. “Esta arquitetura tem que ser de longo prazo no Brasil. Estamos preocupados com regras sustentáveis e não em apenas cumprir o mandato”, completou.
Haddad disse que apresentou à Lira as ideias gerais que vão constar do pacote. Sobre o encontro com José Múcio e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha, o ministro da Fazenda informou que o Tesouro está capitaneando reuniões com a área técnica das forças. “Vamos ver se conseguimos se conseguimos incluir em tempo hábil mais medidas no conjunto que já está compactuado com os demais ministérios”.
Haddad destacou que Lira já conhece o arcabouço e que a sinalização é de que tanto o presidente da Câmara como o do Senado, Rodrigo Pacheco – que conversou mais cedo com o presidente Lula – vão fazer todo o esforço necessário para aprovar o pacote. “Eles percebem que é necessário esse tipo de condução para que o fiscal ganhe credibilidade”.
O ministro criticou o papel da imprensa na divulgação das medidas de receita, dizendo que o tempo mostrou com a Receita Federal estava certa sobre a desoneração fiscal e o Perse. Disse que os subsídios continuarão sendo enfrentado pela equipe econômica, “mas que nesse conjunto de medidas estamos trabalhando em gastos”.
“Estamos pedindo esforço do Judiciário, Legislativo e das Forças Armadas. A imprensa tem que levar a conhecimento o tamanho desse esforço. Foi muito dinheiro que foi dado para empresas que ganharam com a pandemia e com uma lei que foi mal elaborada”, concluiu.
Dylan Della Pasqua / Safras News
Copyright 2024- Grupo CMA