São Paulo – O ministro Fazenda, Fernando Haddad, disse que continuou hoje a conversa iniciada na segunda-feira com o presidente Luís Inácio Lula da Silva sobre a situação fiscal do País. Segundo o ministro, a arrecadação não está acompanhando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“Como eu disse na segunda-feira, eu tinha levado um quadro do cenário fiscal, em função de decisões judiciais e da lei complementar 160, de quanto isso está afetando a arrecadação desse ano”, disse. “O PIB está crescendo 3%, mas a arrecadação não está crescendo 3%, nem perto disso. Nós tivemos que fazer uma investigação sobre o assunto e descobrimos que as empresas estão fazendo uma compensação daquela decisão de 2017 do PIS/Cofins, e que a subvenção está aumentando em relação ao ano passado, quando ela chegou a R$ 149 bilhões de redução de base de cálculo. Estamos estressando esses dados para que o presidente seja plenamente informado dessa questão e possa se reunir conosco para endereçarmos eventualmente a antecipação de algumas medidas”, explicou o ministro.
“Estamos levando para ele um conhecimento que a Receita Federal passou meses investigando, das compensações que estão sendo feitas”, explicou o ministro, que disse que não poderia antecipar qual será a estratégia sobre o tema.
Haddad disse esperar a manutenção do passo de redução da Selic pelo Banco Central (BC), em declaração dada antes do anúncio da decisão de cortar novamente em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano, anunciada hoje pela autarquia. Ele não quis responder em qual patamar deveria ser o corte.
“Acredito que o BC vai manter o ciclo de cortes, a Selic ainda está muito alta. O BC vai manter o passo para seguir na direção correta de reduzir, ainda teremos duas reuniões.”
O ministro também comentou sobre a reunião que teve com bancos públicos e fundos de previdência para avaliar mudanças estruturais.
“Há mudanças recentes que alteram o nível de investimentos. São questões técnicas.”