São Paulo, 11 de maio de 2023 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje, após agenda em Tóquio, onde participa do encontro dos ministros das Finanças do G7, ter tratado de dois assuntos com empresários japoneses: a reforma tributária e as exportações do Brasil ao país asiático. “Falamos muito da reforma tributária, assunto que interessa demais aos empreendedores japoneses. Há uma série de problemas complexos, que serão simplificados pela reforma”, afirmou, acrescentando ser do interesse do governo Lula manter a cota parte das exportações para o Japão.
O ministro destacou que o acordo Mercosul-Japão está na ordem do dia para os empresários japoneses, que se interessam pelo acordo e querem que o governo daquele país volte suas atenções para a relação comercial com o Brasil.
Foi a primeira vez que o Brasil foi convidado para participar deste encontro do G7, com os responsáveis pelas Finanças. Haddad lembrou que o Brasil presidirá o G20 a partir do próximo ano e ressaltou a importância das relações entre os dois grupos.
Haddad esteve reunido também com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. Entre os assuntos tratados entre os dois, o ministro citou a situação crítica da economia argentina. “Eu trouxe esse problema porque é um assunto importante. A Argentina é um importante player no mundo e na América Latina. A solução da Argentina passa pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Se Brasil e Estados Unidos tiverem juntos nesse apoio, isso pode facilitar muito as coisas para a Argentina”, explicou Haddad. Segundo o ministro, Yellen se comprometeu a analisar a questão colocada em pauta.
Questionado sobre a questão da dívida nos Estados Unidos, alvo de embate entre o presidente Joe Biden e o Congresso, o ministro disse não estar preocupado, pelo fato dos EUA serem a maior economia do mundo. “Essa questão vai ser bem endereçada pelo governo americano”, apostou Haddad, lembrando que não é a primeira vez que o país enfrenta essa situação.
O ministro disse que Yellen deixou claro que não se preocupa e não tem objeções com as parcerias comerciais feitas pelo Brasil e com a relação do país com a China. “Mas eu manifestei o nosso desejo de nos aproximarmos mais dos Estados Unidos. Nós devemos estar preocupados com a integração das Américas”.
Sobre o uso de moedas que não sejam o dólar em transações comerciais com terceiros, Haddad reforçou que o que “o presidente Lula tem dito é que nas relações bilaterais você não precisaria necessariamente recorrer a uma moeda de um terceiro país para estabelecer acordos comerciais”. Para ele, o uso de moedas locais deveria ser incrementado.
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