São Paulo – A Hypera afirmou que já tem 30 moléculas mapeadas para desenvolver e lançar novos produtos, que podem render uma receita de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão à companhia, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir a favor da quebra de patentes de medicamentos em maio deste ano. A companhia também tem apostado no lançamento de novos produtos em vários segmentos para compensar a pressão que vem sofrendo em função do câmbio e de outras elevações de custos.
“A decisão do STF é muito boa porque acelera em alguns anos a quebra de patentes de moléculas importantes do mercado brasileiro, já temos 30 mapeadas, acelera de um até três anos. O investimento passa a ser mais produtivo, acelera a receita que pode vir. Nossa receita pode chegar de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão nesse mercado interessado”, disse o o presidente da Hypera, Breno Toledo Pires de Oliveira, em teleconferência de analistas após a divulgação de resultados.
Segundo Oliveira, a empresa também busca um melhor mix de produtos e lançamentos para melhorar as suas margem e suportar a pressão de custos. “Com relação à margem bruta, ainda tem impacto do câmbio e custos, mas temos conseguido compensar com mix de produtos, com marcas adquiridas que tem perfil de margem superior à média da companhia e também com pipeline de novos produtos. Temos mais de 150 projetos, e eles têm margem também superior à média, à medida que lançamos esses novos produtos compensa em parte as pressões de custo”, disse.
O executivo ainda lembrou que boa parte do portfólio de produtos da Hypera é indexado, tem aumentos concedidos todos os anos, o que faz com que consigam recuperar margens no médio prazo.
Entre os novos produtos previstos, a empresa citou os que serão criados a partir da melatonina, que, de acordo com a Hypera, é uma molécula nova no mercado brasileiro, aprovada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como suplemento alimentar.
“Nos Estados Unidos, a melatonina é um mercado de mais de US$ 500 milhões, acreditamos que será um mercado relevante no Brasil. É indicado para casos de insônia leve. A gente já desenvolveu há mais de dois anos algumas fórmulas, vamos lançar em comprimido e solução. Só a gente tem condições de lançar em várias segmentos, nas três unidades de negócios, com focos em públicos diferenciados”, disse o presidente da companhia.
GENÉRICOS E DESCONTOS
A Hypera ainda afirmou que quer crescer no segmento de medicamentos genéricos, ganhando fatia de mercado, embora tenha afirmado que houve maior competição nessa área, o que levou a dar maiores descontos nesses produtos no último trimestre.
“O crescimento de genéricos é acima do crescimento de mercado e nossa estratégia é ser a companhia mais diversificada do setor. Queremos crescer no genérico e estamos ganhando market share nesse segmento. Nesse trimestre, tivemos em algumas moléculas de genérico uma competitividade maior e tivemos que dar mais descontos, o que impactou margem bruta, mas estamos recompondo essa margem com lançamentos”, disse o presidente.
FUSÕES E AQUISIÇÕES
Questionado sobre o apetite para novas aquisições, depois de já ter comprado recentemente algumas marcas, o presidente da Hypera disse que espera reduzir sua alavancagem primeiro e está finalizando a integração das últimas compras.
“A gente está com o nível de alavancagem adequado, mas no topo da banda. No curto prazo, o foco é a desalavancagem para abrir espaço para aquisições mais para frente, e a integração de negócios. Buscopam e Takeda praticamente está integrada e no caso da Sanofi deve ter aprovação no Cade no início do quarto trimestre”, afirmou.
