Ibovespa renova recorde com apetite por risco; dólar fecha em queda

905

Por Eduardo Puccioni e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa aproveitou o dia sem indicadores econômicos relevante e de aumento de apetite ao risco por parte dos investidores para renovar seu recorde de fechamento, ao encerrar com alta de 1,15% aos 117.203,20 pontos. O mercado acionário brasileiro acabou seguindo os dos Estados Unidos, que também fechou em alta.

“Hoje não tivemos nada que segurasse o Ibovespa. Apesar a liquidez mais reduzida por causa do final de ano e também por ser o primeiro pregão após o Natal, o índice sustentou bem a alta e acabou renovando o recorde de fechamento”, explicou um operador de mesa de uma grande corretora.

A alta do índice foi impulsionada pelas ações ordinárias da Qualicorp (QUAL3), com a maior alta do Ibovespa (+4,72%), além das ações ordinárias da Multiplan (MULT3), que subiram 3,41% e pelas ações PNA da Braskem, que apresentaram valorização de 3,14%.

Para amanhã, os analistas destacam os dados de estoque de petróleo nos Estados Unidos, além dos dados de inflação no Brasil, com a divulgação do IGP-M, e também do de emprego, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgando a Pnad pela manhã.

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com queda de 0,48%, sendo negociado a R$ 4,0630 para venda. A moeda norte-americana seguiu a queda global da divisa, além do apetite maior ao risco. Apesar do volume financeiro baixo, o recuo no preço atraiu compradores, segurando um pouco a queda do dólar.

Mais cedo, o analista da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, explicou que “o dólar iniciou os negócios em baixa, com os mercados se preparando para o encerramento do ano e já projetando o início de 2020”, porém, que o volume será reduzido nesses três últimos pregões antes de encerramento do ano.

Ainda assim, o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, lembra que depois de registrar o pico de R$ 4,27, no mês passado, quando renovou a máxima histórica desde a criação do real, em 1994, o dólar voltou ao patamar próximo de R$ 4,05.

“A expectativa de que ocorreria um grande fluxo de entrada de dólar não se confirmou e tivemos remessas de dividendos de empresas multinacionais para suas matrizes. Todavia, o dólar reverteu a tendência de alta e caminha para fechar o ano ao redor de R$ 4,05”, comenta.