IDV projeta aumento nominal nas vendas do varejo no último trimestre do ano

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São Paulo – As vendas do varejo devem registrar aumento nominal, sem descontar a inflação, de 5,1% em outubro, 5,2% em novembro e 2,4% em dezembro, na comparação com os mesmos meses do ano anterior. Em setembro, a variação nominal registrada foi de 5,4% em relação ao mesmo mês de 2021, mas vale ressaltar que está em declínio desde abril, segundo dados do IAV-IDV (Indice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo), elaborado com base nas projeções feitas pelas empresas associadas do Instituto e apurado pela EY.

Segundo o relatório divulgado hoje, o cenário complexo vem melhorando nos últimos meses, com aumento do PIB para 2022 e 2023, recuo da inflação e do dólar e a estabilização da Selic. Os salários também estão se expandindo, o desemprego caindo e a confiança do consumidor aumentando. O crédito continua avançando, junto ao aumento do endividamento e da inadimplência. “O IAV tem antecipado com certa precisão o que é efetivamente realizado pelo varejo com três meses de antecedência”, afirma Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

Quando descontado o IPCA (Indice de Preço ao Consumidor Amplo), a projeção real é de queda de 1,1% em outubro de 2022, 0,5% em novembro e 3,2% em dezembro, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em setembro, também em termos reais, houve queda de 1,7% em relação ao mesmo mês de 2021.

No IAV setorial, quatro dos seis segmentos apresentaram variação positiva, especificamente os setores de compra cíclica: outros artigos (22%); produtos farmacêuticos/beleza (21%); vestuário (10%) e alimentos (7%). As variações negativas concentram-se nos setores de compra não cíclica: moveis e eletrodomésticos (-2%) e matéria de construção (-6%). A maioria dos setores prevê manutenção ou aceleração do crescimento nos próximos três meses, com exceção dos setores de produtos farmacêuticos/beleza e alimentos.

“Para o futuro, alguns fatores que podem influenciar o varejo, como a instabilidade política em razão do segundo turno da eleição presidencial, a redução de impostos em diversas categorias de produtos e a combinação da Copa do Mundo com datas sazonais tradicionais, como a Black Friday e a Cyber Monday”, explica Jorge Gonçalves Filho.