IDV vê aumento nominal nas vendas nos próximos meses

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São Paulo – O IAV-IDV (Indice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo), elaborado com base nas projeções feitas pelas empresas associadas do Instituto, projeta aumento nominal de vendas, sem descontar a inflação, de 5,5% em agosto, 6,8% em setembro e 6,4% em outubro, na comparação com os mesmos meses do ano anterior. Em julho, houve crescimento de 6,1% em relação a julho de 2021. Levando-se em consideração o período pré-pandemia, o crescimento foi de 22,4% em comparação a julho de 2019.

Quando descontado o IPCA (Indice de Preço ao Consumidor Amplo), a projeção real é de retração de 3,5% para agosto, 1,4% em setembro e 1,1% em outubro, sempre comparado aos mesmos meses do ano anterior. Em julho, também em termos reais, houve queda de 4%, em relação ao mesmo mês de 2021, e de 0,3% quando comparado ao mesmo mês de 2019.

O IAV setorial apresentou variação nominal positiva para 4 dos 6 segmentos pesquisados. Os dois segmentos com resultados negativos foram os de Móveis e Eletrodomésticos (-15,4%) e Material de Construção (-3%). Os setores com maiores altas foram o de Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (20,6%), Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortop. e de Perfumaria (18,6%) e Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (12%). O setor de Tecidos, Vestuário e Calçados apresentou uma alta mais tímida, de 2,3% em julho.

A redução da taxa de desemprego, as datas sazonais (Dia dos Pais, Black Friday e Copa do Mundo), o estímulo governamental à renda e a promoção de benefícios sociais, bem como redução de impostos nos combustíveis, são fatores que favorecem as expectativas de vendas para o varejo até o final de 2022.

No entanto, eles são contrabalanceados por fatores limitantes, como o alto patamar de inflação, ainda que com expectativas de queda, o aumento do custo de crédito ao consumidor, os altos índices de inadimplência, a depreciação do câmbio e a instabilidade fiscal e política no Brasil.

“Com o cenário macroeconômico desfavorável, a cesta de consumo dos consumidores no varejo tem se alterado, o que beneficia alguns setores e categorias de produtos em detrimento de outros. Porém, em termos gerais, o varejo vem mostrando sinais de resiliência ao longo do ano”, explica Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.