IGP-10 sobe 0,83% em junho, diz FGV

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São Paulo – O Indice Geral de Preços 10 (IGP-10) subiu 0,83% em junho. No mês anterior, a taxa havia sido 1,08%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,18% no ano e de 1,79% em 12 meses. Em junho de 2023, o índice caíra 2,20% no mês e acumulava queda de 6,31% em 12 meses.

“O índice ao produtor antecipa os impactos que chegarão ao consumidor. Não por acaso, três alimentos importantes se destacaram entre as maiores influências do IPA: batata-inglesa, carne bovina e leite in natura. Observando os produtos e serviços que mais impulsionaram a inflação ao consumidor, destacaram-se alguns preços monitorados, como a taxa de água e esgoto e a gasolina. No entanto, não por coincidência, também apareceram leite e batata-inglesa, como indicado no índice ao produtor”, apontou André Braz, economista do FGV IBRE.

Em junho, o Indice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) observou uma alta de 0,88%, suavizando o movimento quando comparado à taxa registrada no mês anterior, de 1,34%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais subiram 1,09% em junho, invertendo o comportamento em relação ao mês anterior quando registrou queda de 0,18%. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa variar de -5,98% para 3,30%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou alta de 0,94% em junho, um novo acréscimo em relação a taxa de 0,45% observado no mês precedente.

No grupo de Bens Intermediários, a taxa variou de 0,91% em maio para 0,77% em junho. Esse comportamento foi impulsionado pela queda nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de uma alta de 1,05% para uma queda de 1,15%. Excluindo-se o impacto do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários (ex) registrou aumento de 1,12% em junho, superior à alta de 0,88% observada no mês anterior.

A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 3,45% em maio para 0,80% em junho. As principais contribuições para o recuo desse grupo partiram dos seguintes itens: minério de ferro (11,70% para 0,05%), café em grão (15,28% para 1,24%) e mandioca/aipim (6,77% para -7,21%). Em sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: cana-de-açúcar (-2,59% para -0,07%), milho em grão (-0,87% para 1,43%) e arroz em casca (0,87% para 7,50%).

O Indice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,54% em junho. Em maio, o índice variara 0,39%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (0,53% para 0,97%), Educação, Leitura e Recreação (-0,51% para 0,22%), Habitação (0,26% para 0,52%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,35%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: laticínios (0,67% para 2,73%), passagem aérea (-3,71% para 1,85%), taxa de água e esgoto residencial (0,07% para 2,35%) e cigarros (0,45% para 1,20%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,64% para 0,37%), Comunicação (0,57% para 0,26%), Vestuário (-0,02% para -0,20%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,78% para 0,75%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (1,44% para 0,79%), tarifa de telefone móvel (1,90% para 0,28%), roupas (0,09% para -0,43%) e medicamentos em geral (2,66% para 0,06%).

Em junho, o Indice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 1,06%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,53% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações distintas entre os grupos. Materiais e Equipamentos apresentaram uma nova alta, passando de um crescimento de 0,24% em maio para 0,45% em junho. Por outro lado, Serviços, que havia subido 0,52% em maio, apresentou um aumento de menor intensidade, de 0,39% em junho. Já a Mão de Obra obteve um aumento significativo, passando de 0,92% em maio para 1,96% em junho.