São Paulo – O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou aceleração em julho, subindo 1,45% depois de avançar 0,11% em junho, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de +1,38%. Com isso, o indicador acumula altas de 15,91% no que vai de 2021 e de 33,35% em 12 meses até julho, resultado que também ficou ligeiramente acima da previsão, de +33,26%, ainda segundo o Termômetro CMA.
Entre os indicadores que compõem o IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apagou a queda de 0,26% em junho e subiu 1,65% em julho; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ganhou força e avançou 0,92%, de +0,64% no mês anterior, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou de +2,16% para +0,85% no mesmo período.
No âmbito do IPA, o subíndice relativo aos bens finais acelerou a alta de 0,97% em junho e subiu 1,50% em julho, sendo que a maior influência veio do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -4,00% para +2,23%. O subíndice de bens intermediários também ganhou força e passou de 1,34% no mês anterior para +1,61% no mês passado, enquanto o das matérias-primas brutas apagou parte da queda de 2,40% no mês anterior e avançou 1,79% no período.
Nos itens de origem, ainda no âmbito do IPA, os produtos agropecuários apagaram a queda de 2,10% registrada em junho e subiram 2,69% em julho, enquanto os produtos industriais aceleraram o ritmo e subiram 1,25% no mês passado, de 0,46% na mesma comparação.
“Os preços de commodities, cujas safras foram afetadas por geadas e seca, estão entre as maiores influências do índice ao produtor”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV. “Os preços do milho avançaram 4,62% e da soja 2,84%. Com o aumento dos preços das commodities usadas como ração, aves 5,41% e leite 6,52%, também apareceram com destacada influência para o resultado do IPA”, detalhou ele.
No IPC, três das oito classes de despesa apresentaram acréscimo nas taxas de variação de preços na passagem de junho para julho, sendo elas Habitação (+0,89% para +2,09%), Alimentação (de +0,34% para +0,78%) e Educação, Leitura e Recreação (de +1,15% para +1,42%). Nessas classes de despesa, merecem atenção o comportamento dos itens tarifa de eletricidade residencial (de +2,09% para +7,80%), hortaliças e legumes (de -6,93% para -0,17%) e passagens aéreas (de +12,47% para +13,11%).
Na construção civil, o índice relativo a materiais e equipamentos desacelerou o ritmo de alta e subiu 1,28% em julho, de +1,84% em junho, enquanto o custo da mão de obra passou de +2,69% no mês anterior para +0,48% no mês passado e a classe serviços acelerou de +0,69% para +0,87%.
