IGP-M desacelera em agosto e fica abaixo das estimativas

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São Paulo – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou sua alta a 0,66% em agosto, de 0,78% em julho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de +0,88%. Com isso, o IGP-M acumula altas de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses – número que também ficou abaixo do esperado (+31,36%).

A abertura do dado mostra que, em base mensal, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) também desacelerou a alta, passando de 0,71% no mês passado para 0,66% neste mês. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também perdeu intensidade e subiu 0,75% em agosto, de +0,83% em julho, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou de +1,24% para +0,56%, no mesmo período.

Em relação aos subgrupos do IPA, nos estágios, o índice relativo aos bens finais acelerou o ritmo de alta e subiu 2,22% em agosto, ante avanço de 1,08% em julho, sendo que a maior contribuição veio do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -1,14% para +8,28% no período.

Em bens intermediários, houve alta de 2,11%, ante +1,15%, no mesmo intervalo anterior, enquanto os preços das matérias-primas brutas passaram de +0,09% em julho para -1,64% em agosto. Já nos itens de origem, o IPA agrícola registrou forte aceleração, passando de -1,33% no mês passado para alta de 5,70% neste mês, enquanto o IPA industrial praticamente apagou a alta de 1,50% na leitura anterior e recuou 1,25% no período.

“Se não fosse a crise hídrica, o IGP-M apresentaria desaceleração mais forte. No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (de -4,58% para +10,97%) e café (de -0,04% para +20,98%) registraram forte avanço em seus preços”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços a FGV.

Entre os subgrupos do IPC, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo nas taxas de variação de preços. A principal contribuição veio do grupo Educação, Leitura e Recreação (de +2,16% para +0,53%), sendo que nesta classe de despesa vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de +24,69% em julho para +3,17% em agosto.

Segundo Braz, “no âmbito do consumidor, o preço da energia, para a qual é esperado novo reajuste em setembro, registrou alta de 3,26%, sendo a principal influência para a inflação ao consumidor”.

No componente do INCC, o índice relativo a materiais e equipamentos subiu 1,17% neste mês, de +1,52% no mês passado, o índice de serviços reacelerou de +0,65% para +0,78% e o índice que mede o custo da mão de obra passou de +1,12% para 0,00%.