Incertezas sobre políticas de preços de novo governo pode fortalecer biocombustíveis

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São Paulo – O BTG Pactual considera que embora existam riscos associados a mudanças na política de preços de combustível da Petrobras, uma agenda ambientalmente mais consciente sob o novo governo do presidente eleito poderia reforçam a relevância dos biocombustíveis daqui para frente. Por isso, a necessidade de encontrar espaço no orçamento federal para financiar maiores gastos sociais, pode se traduzir na reversão de algumas das medidas negativas que impactaram o setor este ano, como zerar impostos federais, reduzir alíquotas de ICMS e menor visibilidade proporcionado ao Programa RenovaBio, dizem os analistas. Por isso, a recomendação de compra é em Raízen (Raiz4), São Martinho (SMTO3), Jales Machado (JALL3) Adecoagro.

“Ainda vemos espaço para uma história mais brilhante para players do setor que estão à frente, principalmente devido à melhora na produtividade da cana-de-açúcar, juntamente com níveis mais elevados de precipitação, e isso deve permitir alguma diluição de custos”, diz análise. “Mas o etanol recuperar parte de sua competitividade com base nos preços mais altos da gasolina também é importante e, sem dúvida, o gatilho de curto prazo mais claro para as ações do setor. A falta de uma perspectiva mais forte de preço do etanol, juntamente com maiores volumes de cana-de-açúcar poderia levar o Brasil a inundar o mercado global com açúcar, forçando a commodity baixar o preço”.

Os analistas do BTG, no entanto, estão esperançosos de que ainda haja mecanismos de mitigação para as empresas do setor, como preços potencialmente mais altos do CBio enquanto o novo governo mantiver a programa rodando como foi projetado para ser, a PEC 15, que diz que o imposto de competitividade que o etanol teve em relação à gasolina em maio de 2022 deve ser preservado, aumento de exportações como forma de escapar dos preços internos mais baixos, além de eventuais mudanças no mix de produção. A visibilidade geral, no entanto, permanece baixa.

“Como referência, tivemos estimativa que, tudo mais constante, causou uma redução nos preços do etanol em R$ 0,30/l impactando nossas estimativas de EBITDA FY23/24E para o setor em até 8%.”