Índice de Clima Econômico da América Latina volta a cair com piora das expectativas

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O presidente da Argentina, Alberto Fernández / Foto: Casa Rosada

O Índice de Clima Econômico da América Latina (ICE) recua no terceiro trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior sob influência da expressiva piora das expectativas, e em menor grau, nas avaliações sobre a situação atual. Essa edição da Sondagem traz ainda uma enquete sobre os persistentes gargalos de oferta de insumos e matérias primas e identifica quais são os principais produtos que estão em falta ou com atraso no fornecimento na região.

Seguindo a tendência de declínio iniciada no quarto trimestre de 2021, o ICE recua 12,6 pontos no 3º trimestre de 2022, ao passar de 67,3 pontos para 54,7 pontos.

Os dois indicadores-componentes do ICE registraram queda em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Indicador das Expectativas (IE) recuou 21, 7 pontos, para 65,5 pontos. O Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 4,5 pontos, passando de 48,8 pontos para 43,3 pontos. A piora nas expectativas acende um sinal de alerta, pois indica que os especialistas esperam uma desaceleração econômica para os próximos meses. Todos os indicadores estão na zona desfavorável do ciclo econômico.

As cadeias de produção e de logística que estavam se reorganizando durante 2021 foram impactadas pelo lockdown na China e pela Guerra na Ucrânia. Uma pergunta extraordinária incluída na Sondagem do 3º trimestre de 2022 procurou saber dos especialistas se o setor produtivo de seu país está enfrentando problemas de abastecimento de insumos e/ou matérias primas. As respostas estão no Quadro 3. Apenas na Argentina predominam respostas que consideram os problemas de abastecimento graves. Nesse caso, questões domésticas de acesso às divisas para efetuar transações internacionais devem estar influenciando as respostas. Responderam com percentuais iguais ou acima de 50% no quesito — sim, de forma moderada/leve — todos os países, exceto Argentina e Uruguai. Esse último país os especialistas avaliaram que o país “nunca teria enfrentado esse problema”. Destaca-se o caso do Brasil, onde 13,3% responderam afirmando ser afetados de forma grave, que estaria diretamente relacionado a gargalos no fornecimento de chips e semicondutores. As respostas de “forma leve/moderada” também identificam problemas no abastecimento de chips/semicondutores.