Indústria cresce pelo 5º mês e elimina perdas da pandemia

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São Paulo, 4 de novembro de 2020 – A produção industrial brasileira subiu pelo quinto mês consecutivo, em +2,60% em setembro em relação a agosto, eliminando, assim, as perdas de quase 30% acumuladas entre março e abril, sob impacto da pandemia de coronavírus, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou acima da previsão, de +2,30%, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Já na comparação anual, a produção industrial brasileira interrompeu dez resultados negativos seguidos e cresceu 3,4%. O resultado também ficou acima da mediana das expectativas, de +2,20%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com isso, a indústria nacional acumula perdas de 7,2% nos nove primeiros meses deste ano e de -5,5% nos últimos 12 meses até setembro.

“Com o resultado de setembro, em conjunto com os avanços dos quatro meses anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em fevereiro”, destaca o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo. “Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar”, emenda.

A abertura do dado mensal mostra que houve alta em 22 das 26 atividades pesquisadas, com avanço generalizado em todas as grandes categorias. Entre elas, a que influência mais positiva foi, pelo quinto mês seguido, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (+14,1%), acumulando expansão de 1.042,6% no período. Por outro lado, o ramo de indústrias extrativas (-3,7%) liderou os destaques negativos.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a agosto, bens de consumo duráveis cresceram 10,7%; bens de capital avançaram 7,0%; bens intermediários, +1,3%; e bens de consumo semi e não-duráveis tiveram alta de 3,7%. Em todos os casos, esses setores produtivos assinalaram crescimento pelo quinto mês seguido.

Já no confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial registrou resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 17 dos 26 ramos pesquisados. O IBGE observa que setembro deste ano teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês no ano anterior, totalizando 21.

Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,7%) exerceu a maior influência negativa. Na outra ponta, destaque para a alta em produtos alimentícios (+11,1%). Entre as quatro grandes categorias econômicas, houve queda apenas em bens de capital (-2,0%). Na outra ponta, bens de consumo duráveis cresceram 2,2%, bens de consumo semi e não-duráveis tiveram alta de 1,8% e bens intermediários registraram expansão de 5,5%.