São Paulo – O Instituto Aço Brasil anunciou a revisão das projeções para 2021 que haviam feito em julho. A produção de aço bruto deve encerrar em alta de 14,7%, para 36,017 milhões de toneladas, de 14,0% e 35,813 milhões antes. A projeção das vendas internas foi estimada em julho em alta de 18,5% e 23,054 milhões, mas a caiu para 17%, chegando a 22,778 milhões.
Este bom crescimento, diz a entidade, deve-se à retomada do mercado interno após a crise de demanda provocada pela pandemia de Covid-19 no ano passado, e ressaltou que o mercado interno está plenamente abastecido e que os preços estão recuando para alguns insumos. “Os preços das commodities – que pressionaram os preços dos produtos siderúrgicos ao longo de 2020 e em parte de 2021 – vem se estabilizando e até mesmo decrescendo para alguns insumos.”
Em exportações, a estimativa de queda caiu de -8,7% para -4,3%, a 10,084 milhões (de 9,622 milhões). As importações de laminados devem subir 96,9% para 3,855 milhões, ante alta de 77,9% prevista em julho.
“Cabe destacar que, apesar de as empresas siderúrgicas estarem produzindo para atender integralmente a demanda dos seus segmentos consumidores no mercado doméstico, o grau de utilização da capacidade instalada do setor ainda é muito baixa, em torno de 70%”, esclareceu o Instituto.
Segundo a entidade, o aumento da produção de aço para retomada das exportações, permitiria “reduzir a ociosidade existente atualmente e aumentar o grau de utilização da capacidade instalada do setor para níveis mais próximos ou acima de 80%, considerado mundialmente como o mais adequado para operação das empresas.”
2022
O consumo aparente deve crescer 24,3% em 2021, para 26,656 milhões, de 24,1% e 26,612 milhões previstos há seis meses.
Em 2022, ante 2021, a entidade projeta alta de 2,2% na produção de aço bruto, para 36,8 milhões, de 2,5% em vendas internas, para 23,347 milhões e de 1,5%, para 27,045 milhões.
A indústria siderúrgica prevê investir R$ 45,0 bilhões de 2021 a 2025, em aumento da capacidade de produção, eficiência energética, energia limpa e modernização das instalações, sem explicar se há crescimento em relação a período equivalente anterior, citando que de 2008 a 2020, foram investidos R$ 158,5 bilhões.
“Estamos apontando para uma estabilidade, após um período bastante negativo. Nós somos um setor, temos uma vantagem competitiva em relação a outros países em termos de consumo de CO2, e vamos continuar investindo”, comentou Marcos Faraco, Presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil / Vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai, ao apresentar as perspectivas do setor para os próximos três anos.
A perspectiva para 2022 é muito positiva, segundo a entidade, que aponta que as prioridades para o ano que vem são melhoria da competitividade (reforma tributária, redução do custo Brasil e Reintegra), mercado internacional e mudanças climáticas, com linhas de financiamento e contratação de gás mais competitiva.
No que se refere ao mercado internacional, o IABR quer avançar nas discussões sobre a Seção 232 e redução do excesso de capacidade. “Parte do investimento será destinado às exportações, por isso, queremos avançar com o Reintegra, já que hoje temos 7% de imposto cumulativo nas exportações”, disse Faraco.
Trata-se de mecanismo para evitar a taxação das exportações dos produtos brasileiros, conforme preconizado na Constituição Brasileira. “Nos últimos anos, houve crescente estabelecimento de medidas protecionistas por vários países e, agora, aparentemente, surgem sinais de alguma flexibilização nas restrições às importações de aço, como é o caso das negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia, analisou o o IBR.
“Neste contexto, a indústria do aço brasileira tem a expectativa de que se reestabeleçam as negociações com o governo americano para revisão do sistema de quotas imposto aos produtos siderúrgicos brasileiros.”