Inflação continuará alta em curto prazo, diz Lagarde

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No discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, na cerimônia de 20 aniversário da entrada das cédulas de euro em circulação entre os países-membros da União Europeia.
Ela falou da desaceleração do PIB da União Europeia, que ficou em 0,3% em 2021, e que parte dessa desaceleração foi devido à variante Ômicron do coronavírus. “As medidas de contenção associadas reduziram a atividade, principalmente nos serviços ao consumidor, como viagens, turismo, hospitalidade e entretenimento”, disse. As restrições, embora menos rígidas, continuarão a influenciar a economia da zona do euro por um tempo.
Outro detalhe é o aumento do preço da energia, que deve reduzir a atividade econômica no curto prazo. “O custo da energia continua a ser o principal motivo da alta da inflação [que ficou em 5,1% em 2021]. O impacto direto foi responsável por mais da metade da inflação global em janeiro”.
Ela reforçou que as condições de demanda da zona do euro são diferentes das de outras economias. “Isso aumenta a probabilidade de que as atuais pressões sobre os preços diminuam antes de se consolidarem, permitindo-nos cumprir nossa meta de 2% no médio prazo”.
Ela falou dos fatores que são considerados ao formular a política monetária do BCE: garantir a necessidade, adequação e proporcionalidade das medidas tomadas, incluindo os efeitos secundários. “Nossa nova estratégia também reconhece a estabilidade financeira como uma condição prévia para a estabilidade de preços”.
Lagarde também falou de como as mudanças climáticas têm um efeito direto sobre a economia. O BCE trabalha em conjunto com os bancos centrais da zona do euro para adaptar os indicadores à nova realidade. “A integração de indicadores e riscos relacionados ao clima é essencial para entender melhor como as mudanças climáticas estão afetando a economia, as perspectivas de inflação, a transmissão da política monetária e a estabilidade financeira”.
Segundo Lagarde, o BCE está muito atento às preocupações das pessoas sobre o aumento do custo de vida, especialmente para as camadas menos favorecidas da população. “Continuamos comprometidos em cumprir nosso mandato de estabilidade de preços, como fizemos nos últimos 20 anos. Nossa meta é uma taxa de inflação de 2% no médio prazo. Para conseguir isso, vamos agir no momento certo”, conclui.