A inflação na zona do euro ainda não está no nível desejado pelo Banco Central Europeu (BCE), e as taxas de juros precisam permanecer suficientemente altas para resolver as pressões sobre os preços, afirmou hoje Joachim Nagel, presidente do Bundesbank. Apesar da recente redução das taxas de juros pelo BCE, Nagel destacou que há obstáculos a serem superados para alcançar a meta de inflação de 2%.
Nagel observou que, embora a inflação tenha caído para 2,2% em agosto e possa se aproximar ainda mais da meta do BCE neste mês, espera-se que ela aumente novamente no final do ano, possivelmente terminando 2024 em torno de 2,5%. Um problema central é o crescimento rápido dos salários, que pode exercer pressão ascendente sobre o consumo privado e, consequentemente, sobre os preços.
No contexto da Alemanha, o presidente do Bundesbank mencionou que aumentos salariais significativos foram acordados em recentes negociações coletivas e que são esperados novos acordos relativamente altos nas negociações futuras. Ele acrescentou que a escassez de mão-de-obra na Alemanha provavelmente manterá a pressão sobre os salários, mesmo a longo prazo.
Nagel evitou afirmar que prefere cortes trimestrais nas taxas de juros, mas defendeu a necessidade de “resiliência” para combater a inflação. Ele ressaltou que os intervalos de tempo entre os possíveis ajustes podem variar dependendo dos dados recebidos e que a política monetária deve permanecer suficientemente apertada por tempo suficiente para que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo.