São Paulo, 27 de maio de 2024 – Em evento do Lide, realizado na tarde de hoje em São Paulo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou novamente que a inflação global segue preocupando, e que os eventos climáticos, não apenas no Brasil, têm importância nesta equação.
“Ninguém ganha a corrida sem correr a última milha. A inflação no mundo desenvolvido está muito acima do patamar dos últimos anos, e a inflação nos Estados Unidos tem contaminado os outros países”, contextualizou o mandatário do BC.
Neto entende que houve uma reprecificação global da queda dos juros e há questionamentos se os Estados Unidos irão começar a cortar os juros ainda em 2024, e que as taxas elevadas irão gerar diminuição da liquidez no mundo todo: “O Fed está numa situação relativamente confortável. Não tem pressão para o corte de juros neste momento, referindo-se à economia norte-americana que permanece aquecida”.
O presidente do BC voltou a mostrar preocupação com a crescente dívida pública dos países desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos, dizendo que as atuais projeções para este país atingiram níveis nunca imaginados.
Campos Neto se disse preocupado com a inflação no Brasil especialmente de Serviços -, mencionando os ruídos fiscais internos, mas acredita que em breve ela deve se estabilizar.
“Precisamos que a última milha seja atingida e as expectativas fiquem ancoradas. O colegiado do Copom entendeu que a inflação estava desancorada”, explicou.
A meta de inflação, troca da presidência do BC, ao final do ano, e o fiscal interno, enfatizou Neto, foram responsáveis pela mudança nas expectativas para a inflação. O mandatário fez questão de enfatizar que as decisões do BC são técnicas, e que não houve dúvidas quanto às condicionantes do Copom, mas sobre a graduação do impacto delas.
Ainda assim, Campos Neto disse que o mercado de trabalho interno está forte sob qualquer ótica, e que de modo geral da para ficar otimista.
Paulo Holland / Safras News
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