Inflação segue inaceitavelmente alta, mas deve arrefecer, diz BoE

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São Paulo – O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, reconheceu nesta segunda-feira (10) que a inflação no Reino Unido ainda está em níveis “inaceitavelmente altos”. No entanto, ele expressou otimismo em relação à possibilidade de uma desaceleração das pressões inflacionárias nos próximos meses, à medida que as medidas de aperto monetário forem absorvidas pela economia.

“Os preços e salários britânicos estão inconsistentes com um quadro de inflação na meta de 2%”, destacou Bailey em um discurso proferido durante um evento na Mansion House, em Londres. Ele ressaltou que ainda há impactos a serem completamente percebidos na atividade econômica devido ao aumento das taxas de juros.

Bailey enfatizou a importância de acompanhar de perto a evolução dos indicadores-chave. “O Comitê de Política Monetária está acompanhando a evolução – em particular, no mercado de trabalho, no crescimento econômico e na inflação de preços de serviços – para avaliar se as pressões estão se mostrando mais persistentes”, afirmou.

O presidente do BoE também observou que a economia do Reino Unido tem mostrado uma “resiliência inesperada” diante de choques externos, embora ainda enfrente desafios para retomar o crescimento no ritmo observado antes da pandemia de covid-19.

Segundo Bailey, “a previsão é de que a inflação cairá acentuadamente ao longo dos próximos meses, com o arrefecimento dos preços de energia”. Ele também destacou que “os preços dos alimentos também devem cair à medida que os preços mais baixos das commodities se incorporarem aos preços de lojas”.

Apesar das perspectivas favoráveis em relação à desaceleração da inflação, o presidente do BoE enfatizou a importância de permanecer vigilante. “É fundamental que permaneçamos vigilantes e atentos às mudanças nos dados econômicos e nas tendências de inflação. Com base nessas informações, o Banco da Inglaterra tomará as medidas necessárias para garantir a estabilidade de preços e o crescimento sustentável da economia”, concluiu Bailey.