Instituição Fiscal Independente revisa projeções de inflação e PIB de 2022

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Brasília – A Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, revisou para cima a projeção de inflação neste ano, apesar da desaceleração do índice no mês passado. “É bem verdade que o IPCA de maio desacelerou: alta de 0,47% frente a 1,06% em abril. Em 12 meses, 11,73%, melhor que os 12,1% registrados no mês anterior. Mas o diabo mora nos detalhes. O índice de difusão segue elevado (72,4%) e a média dos núcleos acelerou de 9,69% em abril para 10,11% em maio”, diz o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF).

Segundo o documento, “sem a influência de itens de maior volatilidade, o índice não arrefeceu”. Pela avaliação da instituição, “os preços das commodities, que mantêm sua trajetória de alta, e a resiliência da atividade econômica ao longo do primeiro semestre ajudam a compor o quadro inflacionário”.

Desta forma, a IFI aumentou de 7,9% para 8,6% o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano. Para 2023, a projeção de inflação passa de 4,0% para 4,2%. Para instituição, propostas aprovadas e sob análise do Congresso Nacional para redução de impostos sobre combustíveis devem diminuir em até 2,8 pontos percentuais a inflação de 2022 e elevar em até 1 ponto percentual o índice de 2023.

REVISÃO DO PIB

A IFI também revisou as projeções para o crescimento do PIB em 2022 e 2023. Para este ano, a previsão de crescimento vai de 1% para 1,4%. Conforme o relatório, a projeção preliminar para o segundo trimestre, realizada a partir de dados de alta frequência disponíveis, indica elevação de 0,4% quando descontado o efeito da sazonalidade.

“O consumo das famílias contará com um vetor de estímulo proveniente da liberação do FGTS para trabalhadores entre abril e junho”, avalia a instituição, acrescentando o ajuste foi feito considerando ainda “a resiliência da atividade no primeiro trimestre”.

Conforme o relatório, no segundo semestre, deve ocorrer uma contração do PIB, devido à “influência da política monetária mais restritiva e a desaceleração do crescimento mundial sobre o desempenho da economia”. Portanto, a instituição revisou para baixo a previsão de crescimento em 2023, de 1,0% para 0,8%.

CRESCIMENTO DE RECEITAS

Pelo relatório, a revisão das projeções de inflação e PIB de 2022 elevou a expectativa para a arrecadação de tributos administrados neste ano. As receitas administradas totalizaram R$ 592,6 bilhões nos primeiros cinco meses de 2022, o que representa um aumento real de 8,5% sobre o mesmo período do ano passado.

A arrecadação líquida para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) somou R$ 204,1 bilhões, com um aumento real de 7,2%, e as receitas não administradas, R$ 144,6 bilhões (alta real de 28,3%). Para o crescimento das receitas não administradas contribuíram os recolhimentos de concessões e permissões, dividendos e participações e receitas de exploração de recursos naturais.

Divulgado todos os meses, o RAF é o principal produto da Instituição Fiscal Independente. O documento traz análises da conjuntura fiscal e econômica e apresenta as projeções da instituição para os principais indicadores macroeconômicos e de contas públicas. O documento completo está disponível na página do Senado.