São Paulo – A expectativa em relação à reunião do Copom no Brasil e a do Federal Reserva (Fed, banco central norte americano) pautou o mercado acionário. Os investidores também repercutiram a escolha de Marcelo Queiroga para ocupar a pasta da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. “O mercado está à espera por sinais de vacinas, principalmente com definições claras, afirma Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
O Ibovespa fechou em queda de 0,72% aos 114.018,78 pontos. O principal índice da B3 operou todo o dia em baixa. Pela manhã, o pregão ficou estável, a perda começou a acentuar no início da tarde com a pressão das ações de bancos como Itaú (ITAU4), Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) e também da Petrobras (PETR3) e (PETR4), que caíram 2,03%; 1,78% e 1,93% e 0,26% respectivamente. Os papéis da Petrobras (PETR3) baixaram 1,50% e (PETR4) perderam 1,56%.
Na avaliação de Rodrigo Moliterno, analista da Veedha Investimentos, o recuo nos papéis das instituições financeiras foi atribuído à alta das Tresuaries com vencimento em 10 anos e a expectativa de elevação na taxa de juros dos Estados Unidos. Em relação aos papéis da Petrobras, o analista comentou que “o petróleo está cedendo e puxa as ações da estatal”.
A situação da pandemia no País agrava a cada dia e preocupa muito os investidores. Já são quase 280 mil mortos. Ontem foi registrado novo recorde na média móvel de sete dias de mortes provocadas pela Covid-19, o número foi de 1.841.
O dólar comercial fechou em queda de 0,40% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6160 para venda, com o sinal negativo prevalecendo por toda a sessão reagindo aos dados mais fracos da produção industrial e de vendas no varejo nos Estados Unidos em fevereiro, no qual ficaram bem abaixo do esperado pelo mercado. Além disso, investidores aguardam as decisões dos Bancos Centrais daqui e dos Estados Unidos amanhã.
Nos Estados Unidos, as vendas no varejo recuaram 3,0%, ante projeção de -0,4%, enquanto a produção industrial teve queda de 2,2%, ambos na comparação com janeiro. A projeção era de +0,3%. Os dados bem abaixo do esperado sustentaram a queda da moeda no exterior ante as principais divisas de países emergentes. Na reta final dos negócios, porém, uma piora externa levou a moeda a desacelerar a queda frente ao real e a ficar acima do nível de R$ 5,60.
O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que aqui, houve fluxo de entrada de investidores estrangeiros e um “leve” desmonte de posições defensivas à véspera da decisão de política monetária do Banco Central (BC), no qual a aposta é de que Comitê de Política Monetária (Copom) promova a primeira alta da taxa básica de juros (Selic) desde 2015, passando de 2,0% para 2,5%.
Amanhã, tem também a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Para analistas, o comunicado da decisão do BC é o que chama a atenção, mais do que a magnitude da alta da Selic, enquanto nos Estados Unidos, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, após a publicação do comunicado será o centro das atenções. Os dois BCs devem sinalizar caminhos em meio à uma pressão inflacionária.
Para o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, o comportamento do dólar amanhã tende a ser lateral, à espera da decisão do Fed, às 15 horas. A do Copom será após o fechamento do mercado.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em queda, ainda que longe das mínimas do pregão, acompanhando o recuo do dólar em uma sessão na qual os investidores ajustaram as expectativas em relação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre os rumos de sua taxa básica de juro, a Selic, em meio ao avanço descontrolado da pandemia pelo Brasil e à crescente pressão inflacionária.
Com isso, o DI para janeiro de 2022 encerrou o dia com taxa de 4,26%, de 4,29% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,00%, de 6,05%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,37%, de 7,43% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,88%, de 7,96%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado norte-americano de ações terminaram o dia em queda, com o rali no setor de tecnologia perdendo força ao longo da sessão, garantindo apenas ganhos modestos para o Nasdaq. Nas últimas semanas, uma venda de títulos do Tesouro impulsou os juros, aumentando o apelo desses papéis junto aos investidores e reduzindo a atratividade relativa das ações de empresas de tecnologia e de crescimento rápido.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:
Dow Jones: -0,39%, 32.825,95 pontos
Nasdaq Composto: +0,09%, 13.471,60 pontos
S&P 500: -0,15%, 3.962,71 pontos