Investimento externo volta a ações e títulos do Brasil em junho

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São Paulo – Os investimentos em portfólio no Brasil voltaram a aumentar em junho, após quatro meses seguidos de queda. A alta foi de US$ 2,4 bilhões, sendo US% 1,9 bilhão decorrentes de investimentos em títulos de dívida e US$ 432 milhões em ações em fundos de investimento, segundo dados do Banco Central.

Os investimentos em portfólio são o item das contas externas que refletem as transações com o exterior envolvendo dívida ou ações, mas que não configuram nem investimento direto nem operações relacionadas às reservas internacionais.

“A gente viu saídas muito significativas nesta conta de fevereiro até maio. Em quatro meses, essas saídas de portfólio no país somaram US$ 35,1 bilhões. Agora em junho, houve ingresso líquido de US$ 2,4 bilhões – ou seja, também possivelmente indicando recuperação gradual ou redução das incertezas, ou indício de retorno de fluxos à normalidade”, disse o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

Ele acrescentou que até 23 de julho os investimentos em portfólio estão positivos em cerca de US$ 200 milhões, mas ressaltou que estes valores são “muito voláteis”.

“Não dá para dizer se vai se reverter em saídas, mas parece cenário diferente do que a gente viu principalmente em abril, que foi o recorde de saída, com US$ 22 bilhões. O cenário qualitativamente é diferente”, afirmou.

No primeiro semestre, o Brasil registrou saída líquida de US$ 31,3 bilhões nos investimentos em portfólio – o que significa que, ao longo do período, houve saída de investidores do mercado financeiro local. Em 2019, houve entrada de recursos de US$ 9,1 bilhões.

Nos doze meses até junho, a saída líquida de investimento em portfólio no mercado doméstico somou US$ 47,9 bilhões.