IPCA-15 cai 0,37% em setembro, mercado apostava em deflação de 0,19%

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Posto de combustível / Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) recuou 0,37% em setembro na comparação com agosto, acelerando-se em relação à queda apurada no período anterior (-0,73%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima das expectativas do mercado financeiro, de -0,19%, conforme o Termômetro CMA. No ano, o acumulado é de +4,63%. Em setembro de 2021, o índice havia subido 1,14%.

Com isso, o IPCA-15 acumula alta de 7,96% em 12 meses até setembro. O resultado no período de 12 meses veio abaixo da mediana das estimativas de +8,15%, ainda segundo o Termômetro CMA, e mostra uma desaceleração em relação aos +9,6% acumulados até agosto, mantendo-se bem acima do centro da meta perseguido pelo Banco Central para este ano, de 3,5%, pelo vigésimo primeiro mês consecutivo.

Segundo o IBGE, houve variações negativas em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A queda mais acentuada foi em Transportes (-2,35%), seguido por Comunicação (-2,74%) e Alimentação e bebidas (-0,47%).

Transportes teve influência direta da retração no preço dos combustíveis (-9,47%), onde o etanol, gasolina, óleo diesel e gás veicular caíram 10,10%, 9,78%, 5,40% e 0,30%, respectivamente. A redução de 0,08% em ônibus também impactou o grupo.

Já Comunicação apresentou a queda mais intensa, com influência dos planos de telefonia fixa (-6,58%) e telefonia móvel (-1,36%) e pacotes de acesso à internet (-10,57%).
O terceiro grupo que apresentou queda Alimentação e bebidas, impactado diretamente por alimentação no domicílio (-0,86%), óleo de soja (-6,50%), tomate (-8,04%) e leite longa vida (-12,01%).

Vestuário (1,66%), Saúde e cuidados pessoais (0,94%) e Habitação (0,47%) foram o destaque entre os seis grupos que apresentaram alta em setembro ante agosto.

O IPCA-15 é calculado com base em famílias com rendimentos de 1 a 40 salários e que vivem nas principais regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia. Para o cálculo do indicador, os preços foram coletados no período de 13 de agosto a 14 de setembro.