IPCA-15 desacelera em agosto e cai 0,73%. Mercado apostava em deflação de 0,81%, indica IBGE

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     São Paulo, 24 de agosto de 2022 – O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) recuou 0,73% em agosto na comparação com julho, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (+0,13%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima das expectativas do mercado financeiro, de -0,81%, conforme o Termômetro CMA. No ano, o acumulado é de +5,02%. Em agosto de 2021, o índice havia subido 0,89%. Foi a menor taxa desde o início da série histórica, em 1991.

 

     Com isso, o IPCA-15 acumula alta de 9,6% em 12 meses até agosto. O resultado no período de 12 meses veio acima da mediana das estimativas de +9,51%, ainda segundo o Termômetro CMA, e mostra uma desaceleração em relação aos +11,39% acumulados até julho, mantendo-se bem acima do centro da meta perseguido pelo Banco Central para este ano, de 3,5%, pelo vigésimo mês consecutivo.

 

Segundo o IBGE, houve variações negativas em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A queda da gasolina (-16,80%) influenciou o resultado do grupo dos transportes, que teve a maior variação negativa (-5,24%) e o maior impacto negativo, de -1,15 ponto percentual (p.p.). Já a maior variação positiva veio de alimentação e bebidas (1,12%), influenciada principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (14,21%), maior impacto individual positivo no índice do mês, com 0,14 p.p.

 

A queda nos preços dos combustíveis (-15,33%) foi causada não só pela gasolina, mas também pelo etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%). Dentro do grupo transportes, outro subitem com intensa variação negativa foram as passagens aéreas (-12,22%), após subirem quatro meses consecutivos. No lado das altas, os veículos próprios (0,83%) continuaram subindo: motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e automóvel usado (0,17%).

 

Já a variação negativa no grupo habitação (-0,37%) está relacionada ao recuo nos preços da energia elétrica residencial (-3,29%), devido à redução em vários estados da alíquota de ICMS cobrada sobre esse serviço. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou revisões tarifárias extraordinárias de diversas distribuidoras que operam em áreas de abrangência do índice, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho. As áreas registraram variações que foram desde -16,18% em Recife – onde o ICMS foi reduzido de 25% para 18% e houve retirada da incidência sobre os serviços de transmissão e distribuição – até 2,96% em São Paulo, onde foi aplicado um reajuste de 10,43% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 4 de julho.

 

Comunicação (-0,30%) também ficou em queda. O destaque ficou com os planos de telefonia fixa e de telefonia móvel, cujos preços caíram 2,29% e 1,04%, respectivamente, em agosto. Por sua vez, os aparelhos telefônicos registraram alta de 0,57%, após queda de 0,52% em julho.

 

Dylan Della Pasqua / Agência CMA

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