IPCA-15 sobe 1,05% em dez e registra o maior resultado mensal desde jun de 2018

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São Paulo – A prévia da inflação oficial no país, medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), subiu 1,05% em dezembro, acelerando-se em relação à alta de 0,14% registrada em novembro, em base mensal. Este é o maior resultado mensal desde junho de 2018, quando o índice subiu 1,11%, refletindo a greve dos caminhoneiros.

Além disso, é também o maior resultado para o mês desde 2015, quando subiu 1,18%. O resultado ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +0,95%, conforme o Termômetro CMA.

Com isso, o IPCA-15 acumula altas de 3,91% no ano. O resultado no período de 12 meses também ficou acima da mediana das estimativas, de +3,81%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Artigos de residência registrou deflação (-0,84%) na passagem de novembro para dezembro puxado pela redução nos preços dos itens de TV, som e informática (-2,09%) e mobiliário (-1,16%). O grupo foi o único que registrou impacto negativo no IPCA-15 do período, com -0,03 ponto percentual (pp).

Entre as altas, o destaque foi o grupo Alimentos e bebidas (+2,59%), com o maior impacto positivo de 0,63pp no indicador, que acelerou a alta influenciado pelos preços das carnes que subiram 17,71% no mês e contribuíram para o maior impacto individual na taxa (+0,48 pp).

Outros itens que compõem o grupamento da alimentação no domicílio (+3,62%), como o feijão-carioca e frutas com altas de 20,38% e 1,67%, respectivamente, também contribuíram para o resultado do indicador. Em contrapartida, a batata-inglesa (-9,33%) e a cebola (-7,18%) foram os destaques entre as quedas. A alimentação fora do domicílio subiu 0,79% acelerando-se da alta de 0,12% em novembro, influenciada pelas altas observadas no lanche (+1,09%) e na refeição (+0,90%).

O grupo Despesas pessoais subiu 1,74% influenciado pelo item jogos de azar (+36,99%), que contribuiu com o segundo maior impacto individual no índice do mês (+0,19 pp). A alta se deve aos reajustes nos preços das apostas lotéricas, com vigência a partir do dia 10 de novembro.

O grupo de Transportes subiu 0,90%, com impacto positivo de 0,16 pp, refletindo a alta das passagens aéreas (+15,63%) após alta de 4,44% no mês passado. A gasolina e o etanol também aceleraram na comparação com o mês anterior, com altas de 1,49% e 3,38%, respectivamente. Em relação ao item ônibus interestadual, o reajuste médio de 14,00% no valor das passagens de Salvador (+5,52%) também influenciou na alta do item.

Quanto aos índices regionais, os preços subiram em todas as 11 áreas pesquisadas em dezembro em relação a novembro. O menor resultado ficou com a região metropolitana do Recife (+0,60%), em função da queda em energia elétrica, enquanto o maior foi o da área de Belém (+1,72%), influenciada pela alta em carnes (+18,89%). A grande São Paulo, por sua vez, registrou alta de 0,88% no IPCA-15 deste mês.