IPCA cai menos que esperado em maio, mas tem menor taxa desde 1998

783

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, caiu pelo segundo mês seguido em maio, em -0,38% em relação a abril, intensificando o ritmo de queda, após recuar 0,31% no período anterior. Trata-se do menor resultado para o mês desde o início da série histórica revisada, em 1994, e também da menor variação mensal desde agosto de 1998 (-0,51%).

Ainda assim, a queda mensal foi menor que a previsão, de -0,45%, conforme a mediana projetada pelo Termômetro CMA. Com isso, o IPCA acumula queda de 0,16% no ano até o mês passado, mas alta de 1,88% no período de 12 meses encerrados em maio – resultado que ficou acima da mediana projetada, de +1,80%, ainda conforme o Termômetro CMA, mas que seguiu abaixo do piso do intervalo de tolerância perseguido pelo Banco Central neste ano, de 2,50%, pelo segundo mês consecutivo. Os dados foram divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na passagem de abril para maio, cinco dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação. O destaque ficou com Transportes (de -2,66% para -1,90%), representando a maior contribuição negativa no resultado do IPCA no mês, com alívio de 0,38 ponto percentual (pp). Na outra ponta, Alimentação e Bebidas subiu 0,24%, representando o maior impacto no indicador, com +0,05 pp.

Nessas classes de despesa, destaque para o comportamento dos itens gasolina (-4,35%), representando o maior impacto negativo sobre o índice geral (-0,20 pp); e passagens aéreas (-27,14% e -0,16 pp). Já do lado das altas, os destaques foram a cebola (30,08%), a batata-inglesa (16,39%) e o feijão carioca (8,66%). As carnes oscilaram em alta de 0,05%, após quatro meses consecutivos de queda.

Em termos regionais, todas as 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em maio. O menor índice ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte (-0,60%), dada a queda nos preços da gasolina e das passagens aéreas. Já a menor variação negativa ficou com a área do Recife (+0,80%), por causa da alta nos preços da cebola. Em São Paulo, o IPCA passou de -0,37% em abril para -0,28% em maio.