IPCA de 2023 deve ficar em 5,23%, diz Focus

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São Paulo – As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus elevaram de 5,17% para 5,23% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023.

A previsão de inflação nos preços administrados – que são controlados por contrato ou pelo
poder público – aumentou de 6,23% para 6,53%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado(IGP-M) caiu de 4,55% para 4,54%.

Para 2022, as instituições financeiras reduziram de 5,76% para 5,64% a previsão para a
inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3,50%.

A previsão de inflação nos preços administrados em 2022 diminuiu de -3,63% para -3,86%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo IGP-M subiu de 5,42% para 5,51%.

As instituições mantiveram de 0,79% para 0,79% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A projeção para 2022 diminuiu de 3,05% para 3,04%. O BC estima que a economia brasileira crescerá 4,6% em 2023, segundo a edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicada em junho.

As pesquisa Focus aponta elevação de 11,75% para 12,00% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2023. Atualmente, ela está em 13,75%, o que significa que o mercado espera um incremento de -1,75 ponto porcentual (pp) até o final do ano. Há quatro semanas, a estimativa para a Selic ao fim de 2023 estava em 11,50%.

A projeção para a taxa de câmbio em 2023 aumentou de R$ 5,26 para R$ 5,27 por dólar, enquanto a estimativa para 2022 manteve-se em R$ 5,25 por dólar. Há quatro semanas, a previsão para 2023 era de R$ 5,25, enquanto a previsão para 2022 estava em R$ 5,27.

A projeção é de superávit comercial em 2023 para US$ 58,00 bilhões, de US$ 59,10 bilhões na semana passada. A balança comercial mede o resultado das vendas
de bens ao exterior (exportações), menos as compras de bens do exterior (importações).

A previsão para o saldo em conta corrente – que reúne os resultados das transferências e das balanças comercial, de serviços e de renda – foi de déficit de US$ 47,00 bilhões, superior ao saldo negativo de US$ 46,00 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2023 aumentou para US$ 80,00 bilhões, comparada à projeção de US$ 77,00 bilhões da semana passada.

Para 2022, as instituições elevaram a previsão de superávit comercial para US$ 58,00 bilhões, de US$ 59,10 bilhões na semana passada. A previsão para o saldo em conta corrente foi de déficit de US$ 51,00 bilhões, superior ao saldo negativo de US$ 46,21 bilhões observado na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2022 aumentou para US$ 81,60 bilhões, comparada à projeção de US$ 80,00 bilhões da semana passada.

A pesquisa Focus apontou elevação da previsão de déficit primário em 2023 para 1,17% do Produto Interno Bruto (PIB), de 1,00% na semana passada. O resultado primário equivale à diferença entre a receita e a despesa pública, sem considerar os gastos referentes à dívida do governo – como as despesas com o pagamento de juros.

A previsão para o resultado nominal – a diferença entre as receitas e as despesas do governo, inclusive aquelas relacionadas à dívida pública – foi de déficit de 8,60% do PIB, inferior ao saldo negativo de 8,65% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2023 diminuiu para 62,00% do PIB, comparada à projeção de 62,15% do PIB da semana passada.

Para 2022, as instituições reduziram a previsão de superávit primário para 1,20% do PIB, de 1,30% na semana passada.

A previsão para o resultado nominal foi de déficit de 5,20% do PIB, igual ao saldo negativo de 5,20% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida em 2022 diminuiu para 57,50% do PIB, comparada à projeção de 57,51% do PIB da semana passada.